sábado, abril 26, 2025
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Veneciana participa de gravação de documentário sobre snowboard nos Estados Unidos

Uma atleta olímpica, uma engenheira civil e uma jornalista. Três mulheres, três histórias de vida e uma paixão em comum: adrenalina. Mas não estamos falando de qualquer tipo, e sim aquela provocada pelo esporte radical.

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Movidas por um grande desejo de superar os próprios limites e influenciar outras mulheres a batalharem pelos seus sonhos, Isabel Clark, a veneciana, Nathália Reis Monteiro, de 29 anos, e Marcela Lima, decidiram criar o “Quebrando o Gelo”, um filme ousado, extremamente radical, com cenas de tirar o fôlego e um roteiro envolvente, emocionante e inspirador.

A gravação está acontecendo em um dos mais famosos paraísos gelados do mundo: a cidade de Aspen, no Colorado, Estados Unidos. A engenheira civil Nathália Reis e a jornalista de aventura, Marcela Lima terão o privilégio de treinar snowboard ao lado de um ícone do esporte brasileiro, a atleta olímpica Isabel Clark.

E tudo isso está acontecendo na mesma semana e local do Winter X Games, evento que reúne mais de 200 dos melhores atletas do mundo nas modalidades de esqui, snowboard e snowmobile.

“A ideia de fazer o documentário surgiu quando a Nathália, minha amiga dos tempos da faculdade, me convidou para fazer uma clínica de 10 dias com a Isabel Clark, que ela tinha conhecido durante o Campeonato Brasileiro de Snowboard. Eu topei, mas sugeri que fizéssemos um filme sobre isso. Eu queria contar ao mundo nossas histórias de vida, pois sabia que juntas poderíamos inspirar muitas pessoas”, conta a jornalista e iniciante no snowboard, Marcela Lima.

História essa, confirmada por Nathália. “Esse documentário surgiu comigo. Eu estava no meu trabalho, aí fui para cozinha, sentei e pensei: “cara, quero continuar treinando snowboard, quero evoluir”. Então, mandei uma mensagem para a Isabel Clark chamando para fazer uma snowtrip e ela concordou. Convidei a Marcela, ela também se animou, apesar de nunca ter andado de snowboard na vida, mas ela surfa e anda de skate, mas queria que filmasse. A ideia de se tornar um documentário foi da Marcela”.

Isabel Clark é atleta olímpica do snowboard e foi campeã brasileira e Sul-Americana diversas vezes. Ela tem no currículo dezenas de participações em Copas do Mundo de snowboard, no Winter X Games e três Jogos Olímpicos de Inverno. Foi eleita melhor atleta em esportes de neve pelo COB, o Comitê Olímpico Brasileiro, por 4 anos seguidos e indicada ao prêmio de melhor atleta feminina do Brasil em 2006.

Para Nathália, que foi campeã brasileira de snowboard em 2019, ter uma atleta de alto nível como mentora marca o início de uma longa e promissora história dela nos esportes de neve. “A Isabel é a maior rider de todos os tempos no nosso país. A primeira vez que eu a vi foi na Olimpíada e senti vontade de praticar aquele esporte. É engraçado como a vida da gente dá voltas. Eu agora estou indo para Aspen, fazer um documentário com ela e isso para mim é algo muito significativo. Treinar com ela me faz acreditar que é possível realizar os meus sonhos”, contou Nathália.

“Ela é o fenômeno do Brasil. Todo mundo que gosta desse esporte, com certeza, queria estar comigo. Ficar com a Isabel para aproveitar, passar a tarde, os treinos e tudo mais é ímpar. Você não vê nenhum atleta olímpico desprendendo tempo para participar de um projeto desse e ter tanta paciência para ensinar e passar todo o conhecimento”, conclui Nathália.

“Conheci a Nathalia no campeonato brasileiro e achei o máximo a atitude dela de ir sozinha na cara e na coragem. De cara nos conectamos. O esporte sempre foi dominado pelos homens, eu sempre andei com homens. Chegou a hora de mudar esse cenário”, enfatiza Isabel.

Sobre a paixão pelo esporte, Nathália falou que já nasceu com isso. “Esporte sempre foi algo muito natural para mim, super orgânico. Eu nunca tive que me cobrar de fazer esporte ou atividade física para emagrecer, por exemplo. Era sempre muito tranquilo, eu sempre me amarrava, era um passa tempo, sempre vi com bons olhos e, para mim, na verdade, sempre foi o que eu mais gosto de fazer. Depois da faculdade que eu comecei a enxergar o meu potencial por esporte. Sempre fui muito esforçada, mas acho que depois de um certo tempo deu um click na cabeça e eu pensei: “cara, se eu me dedicar, eu acho que consigo”. E foi isso. Já passei por vários esportes, mas o snowboard tem me encantado a cada dia”.

Para Nathália, o documentário será o divisor de águas na sua carreira, em todos os sentidos. “Eu nunca imaginei que esse projeto pudesse tomar proporções tão grandes. A gente só queria treinar, aproveitar e desenvolver. A minha gana sempre foi competir, eu adoro adrenalina, eu me amarro. Eu acho que esse documentário vai ser muito importante para a gente e, quem sabe, abrir o olho de pessoas que estão em um patamar maior para enxergar o nosso potencial. Sempre precisamos de alguém para dar um empurrão. Não só na questão profissional, mas eu acho que terá uma visibilidade muito grande para as pessoas que queiram correr atrás dos seus sonhos”.

E os sonhos da jovem vão muito além: a disputa de uma Olimpíada. “Se eu falar que não, estarei mentindo, só que o processo para chegar lá é extremamente difícil. Só os melhores que competem”.

100% veneciana, a atleta disse que, agora, quer levar o nome de Nova Venécia para o mundo. “É muito legal essa ideia de ser de uma cidade do interior do Espírito Santo, praticando um esporte atípico do nosso País, que não tem neve. A sensação é de que tudo é possível na vida. A gente acha que essas coisas nunca vão acontecer, mas elas acontecem. É só você querer, ter força de vontade, correr atrás, ter as pessoas certas do seu lado, que te impulsionem e te motivem. É difícil? É, mas não é impossível. Sai de uma cidade pequena, onde não tem neve e estou levando o nome de Nova Venécia para o mundo dos esportes radicais. É só o começo. Tem muito ainda para acontecer”.

O documentário, que está sendo feito pela produtora carioca Soul Filmes, vai abordar temas como superação, empoderamento feminino e o papel do esporte na saúde mental. O maior desafio delas agora é conseguir patrocínios. “O nosso maior problema, agora, são os patrocinadores. Já conseguimos alguns, mas precisamos de mais. Tentei algumas empresas de Nova Venécia, mas, infelizmente, não obtive sucesso. Espero que eles consigam enxergar o que esse documentário pode representar, o que ele pode passar e o que ele pode transformar nas pessoas. Precisamos de mais empresas abraçando a nossa causa”.

Prestes a se mudar para Nova Iorque, onde irá trabalhar e treinar, a veneciana disse que pratica o snowboard há cerca de dois anos, porém, quando morava em Salvador, na Bahia, ela treinava o sendboard, que é na areia, com a finalidade de competir no Campeonato Brasileiro de Snowboard, no Chile, em que ela foi campeã nas provas de slalom, air contest e de snowboard cross.

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