domingo, janeiro 26, 2025
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Veneciana encontra família biológica após 35 anos de procura

O telefone tocou e era a tia que a Rhavena Sabino Riguette nunca tinha visto e nem ouvido falar. O detalhe que a professora de Educação Física não sabia, é que seus parentes estavam mais perto que ela esperava, aqui em Nova Venécia. Dá para acreditar? A história é emocionante e ela já encontrou os avós, tios e primos, que a receberam com uma aconchegante recepção. Confira!

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Depois de mais de três décadas sem saber sobre sua verdadeira origem, a veneciana Rhavena Sabino Riguette, 35 anos, encontrou os avós, tios e primos biológicos, tudo em um dia só. O detalhe é que eles estavam todos aqui, em Nova Venécia. Ela só foi saber disso, há três semanas, após um telefonema da tia que a encontrou, a Vanuza Ribeiro, moradora do bairro Bela Vista. “O telefone tocou e era ela, eu fiquei muito nervosa, chorei, fiquei tremula, não acreditava no que estava acontecendo, já havia desistido de procurar por minha família biológica”, conta a Rhavena.

Após o telefonema, a família biológica da professora de Educação Física preparou um almoço, que aconteceu no último domingo, para recebê-la. “Passei a semana anterior nervosa, com receio do que eu iria falar, sem saber como me comportar. Mas foi tudo muito natural, fui muito bem recebida. Devo tudo à família que me acolheu, que me criou, principalmente a minha mãe e tios, mas confesso que foi incrível conhecer minha família biológica, fiquei muito feliz”, relata.

A mãe biológica da Rhavena se chamava Nilza Nascimento Ribeiro, e faleceu aos 31 anos, já o pai, ela nunca soube nada dele. Mas, mesmo na ausência da mãe, os familiares biológicos da professora, contaram a ela durante o primeiro encontro, sobre o maior questionamento da vida da Rhavena. “Eu sempre quis saber por que minha mãe não quis ficar comigo, essa pergunta sempre me angustiou, tive revolta durante a fase da adolescência, principalmente. Eles me contaram que ela me entregou à minha mãe adotiva, por não ter condições financeiras em me criar. Pronto, fiquei com o coração tranquilo, sem nenhuma mágoa e com a resposta que procurei em toda minha existência”, explica.

» Nilza Nascimento Ribeiro, mãe biológica da Rhavena, deu a luz a ela aqui em Nova Venécia

A adoção

Rhavena conta que foi entregue para sua mãe adotiva ao nascer, a Mara Lucia Sabino Riguette. “Sei que minha mãe biológica não quis me ver, pelas minhas contas, creio que ela tinha uns 19 anos, quando nasci de parto normal, aqui em Nova Venécia. Ela pediu que me entregassem para minha mãe adotiva. Elas já se conheciam, e o combinado foi que quando eu nascesse, seria entregue à minha mãe adotiva, e foi o que aconteceu”, narra.

De acordo com a professora, a procura pela mãe biológica aconteceu até os 12 anos de idade dela, que foi quando ela soube que mãe havia falecido. “Uma pessoa amiga da família, que residia em Belo Horizonte, ligou e contou para minha mãe, e foi aí que ela me narrou o fato. Sobre minha mãe biológica, eu só sabia que ela havia ido embora daqui para Belo Horizonte, com a finalidade de cuidar de crianças, era a única informação que eu tinha. A minha revolta era que, como ela me deixou aqui e foi trabalhar com crianças? Eu queria saber o motivo?!”, descreve.

A Descoberta

Mesmo morando todos em Nova Venécia, as redes sociais foi o que proporcionou o encontro entre a Rhavena e a família biológica. “Uma amiga me contou que um contato que ela tinha no Facebook, pediu meu telefone a ela. Esse contato era a minha tia, irmã da minha mãe, que mora no bairro Bela Vista. Ela viu que a minha amiga, que era contato dela, também tinha a mim como contato”, explica.

A tia, a Vanuza, descobriu a Rhavena através de uma foto de quando ela tinha três anos, tendo atrás dessa fotografia, o nome dela e sobrenome da menina. “Minha mãe adotiva deve ter entregado essa fotografia para minha mãe biológica, antes dela ir embora para Belo Horizonte, e ficou em poder da minha família aqui, na casa da minha avó”, diz.

Foi a partir daí que a ligação da tia aconteceu para a sobrinha e desde então, as duas começaram a conversar, até passar as três semanas e ter o encontro, para que todos se conhecessem. “Depois que eu soube que minha mãe biológica havia morrido, eu parei a procura por minhas origens. Jamais imaginei que poderia encontrar alguém da minha família de sangue, havia perdido as esperanças. Estou muito feliz. Com os passar dos dias, às vezes já chamo a Vanuza de tia, acho que tudo é questão de costume, vai acontecendo naturalmente”, descreve.

O Encontro

Tudo aconteceu na casa dos avós biológicos da Rhavena, a Nercilia,  conhecida como dona Lora e do seu Higino, que moram no bairro Bonfim.  “Receber um abraço da minha avó, do meu avô, foi como se eu estivesse abraçando a minha mãe”, conta emocionada.

Ao chegar ao almoço, Rhavena se surpreendeu ao reconhecer alguns rostos. Um deles, ela já conhecia há anos, o tio (Norito). O outro foi o primo, o Rafael, que ela já havia dado aula para ele na EMEF Tito dos Santos Neves, em 2017.

Morando no bairro Rúbia, a professora tem um porta retrato com a foto da mãe biológica e fez questão de mostrá-lo durante a entrevista. A fotografia sempre ficou em um álbum de família, enquanto ela morava com a mãe adotiva. “Tinha uma carta também, eu cheguei a ler, esse papel não existe mais, e eu também não lembro o que tinha nele”, fala.

» Junto aos tios, Rhavena aproveitou o primeiro encontro com sua família biológica

Família adotiva

A Rhavena é a filha mais velha da Mara Lucia Sabino Riguette, e tem uma irmã mais nova. “Minha mãe sempre me contou que quando ela era adolescente, ela sempre falou em ter duas filhas, uma nascida dela e outra do coração, mas que ela não sabia o que significava isso, até eu entrar na vida dela”, narra. 

A professora relatou durante a entrevista que sempre foi amada pela família adotiva, e que teve também a presença do tio, o Anderson Sabino, como um pai. “A vida inteira tive o amor deles, sou grata e feliz por fazer parte dessa família que me escolheu. Minha mãe faz tudo por mim”, diz.

A professora tem três filhos, de 17, 12 e quatro anos, de outro relacionamento, e hoje é casada com a Lorrayne Miranda Pires Braga. “A minha gratidão por tudo que tenho, pela minha família adotiva não tem palavras. Minha mãe nunca escondeu que sou filha do coração. Quando contei para ela sobre minha família biológica ter me encontrado, ela nada falou, acho que ficou com ciúmes (risos). Depois me disse que estava feliz, porque eu estava também, e que estava tudo certo”, conta.

Sobre o possível ciúme que a mãe possa ter sentido, a Rhavena tem um recado para ela: “Quero dizer para a minha mãe, que não precisa ter ciúmes, eu a amo incondicionalmente, ela jamais deixará de ser o meu porto seguro, a que faz tudo por mim e que faria de novo. Mãe é quem cria, quem dá carinho, apoio, que está ali em tempo integral. Sei que tudo tem um propósito, não foi é à toa que cheguei nesta família e agradeço a Deus e a minha mãe Nilza (que Deus a tenha em um bom lugar) de poder viver isso. A espiritualidade nunca falha, tudo tem uma razão. Isso vale para a minha tia Dulce também, pois foi quem também ajudou a me criar”, finaliza.

“Minha família adotiva sempre me deu amor, me acolheu e sempre serei grata e feliz por estar com eles”, diz Rhavena
» Rhavena afirma que o porto seguro dela, é realmente a mãe que a adotou, a Mara Lucia Sabino Riguette
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