Após cerca de 20 anos longe uma da outra, Gabriella e Grazieli tiveram o primeiro contato nesta semana e desde então, não pararam de se falar. Separadas ainda bebês, quando foram colocadas para adoção, nem a barreira de não falarem o mesmo idioma, tem afastado uma da outra. A história é vibrante e como sempre vale a pena contar o final feliz. A Notícia traz a reportagem hoje, narrando um desfecho para lá de emocionante
Após quase 20 anos separadas, a Internet mais uma vez promoveu um encontro de tirar o folego de quem curte um final feliz. As irmãs, Gabriella Calzamiglia, 19 anos, e Grazieli da Silva Alves, 20, se encontraram, e uma chamada de vídeo ajudou a promover a emoção do momento, já que as irmãs, uma mora aqui em Nova Venécia e a outra, na Itália. “Estou muito feliz por ter encontrado a minha irmã, ela me procurava também”, disse Gabriella, que mora na cidade de Impéria, localizada na região da Ligúria, na Itália.
Os planos da Gabriella é vir visitar a família, é voltar a Nova Venécia, de onde foi embora antes de completar um ano de vida. “Quero muito ver minha irmã, descobri que já sou tia, quero ver minha sobrinha pessoalmente. Ainda não tenho data definida, devido à situação da Covid-19”, fala.
Da mesma forma, emocionada e feliz, está a Grazieli, moradora do bairro Santa Luzia, em Nova Venécia, que não vê a hora de encontrar pessoalmente a irmã. “Eu sempre a procurei, não sabia como encontrar, não sabia se ela ainda tinha o mesmo nome que foi registrada aqui. Fiquei emocionada e espantada ao mesmo tempo, fomos separadas e nunca mais nos vimos”, explica.
Realmente, a família que adotou Gabriella, permaneceu com o mesmo nome de origem dela, o que mudou, foi o sobrenome. Grazieli continia morando no município veneciano, é casada, tem uma filha e mora no bairro Santa Luzia.
O encontro
O encontro entre as duas irmãs aconteceu após Gabriella iniciar uma campanha lá na Itália, a procura da sua família biológica. De acordo com ela, há cerca de três anos surgiu nela a vontade de conhecer suas origens. Na Web, Gabriella postou uma foto sua com seu nome, o nome dos pais biológicos: Rosilda Bernando da Silva e Maurino Neves Alves, o nome da irmã, a cidade de Nova Venécia, e disse estar à procura da família, e divulgou que mora na Itália. “Encontrei algumas informações nos documentos de adoção, tinha o nome da cidade de Nova Venécia, o nome dos meus pais biológicos, fui por este caminho”, conta.
Depois da foto da Gabriella ser postada em várias páginas de Nova Venécia e região, um familiar daqui, entrou em contato com ela, e proporcionou o encontro virtual entre as duas irmãs.
Gabriella sem falar português e nem Grazieli o italiano, a comunicação das duas tem sido feita via tradução por Internet. “Comuniquei ao nosso pai sobre ter a encontrado, ele ficou feliz, ainda não se viram. Sobre nossa mãe, ela mora aqui, mas não tenho muito contato com ela”, relata Grazieli.
O encontro via Web aconteceu nesta última terça-feira (26). A Grabriella recebeu a notificação de uma pessoa de Nova Venécia, dizendo que conhecia a sua irmã. “Eu estava assistindo TV e ouvindo um pouco de música, quando uma notificação veio de uma senhora brasileira, que me disse que poderia me ajudar a encontrar minha irmã. Comecei a investigar, a perguntar quais eram os nomes dos avós, a pedir um documento e ela me mandou os mesmos documentos que eu tinha, e aí percebi que os fatos eram reais”, conta Gabriella, que relata emocionada que, descobriu uma família numerosa, e que ainda tem mais três irmãos por parte da mãe biológica”, conta Gabriella, que ainda explica: “Meus pais do coração representam tudo para mim, eles ficaram felizes ao saber que encontrei minha família biológica, contei no mesmo momento da notificação que recebi na Internet, sempre me apoiaram, e ficamos felizes juntos, pois eles sabiam que eu tinha esse sonho de encontrar minha família biológica”, conta.
Além da Grazieli, a Gabriella já conheceu por vídeo a sobrinha Ana Clara, 19 meses, filha da irmã, e um irmão materno daqui. Lá na Itália ela tem mais um irmão, e está no primeiro da faculdade, cursando Ciências da Educação.

A adoção
De acordo com Grazieli, ela, com um ano, e a irmã com menos disso, foram disponibilizadas para adoção aqui em Nova Venécia. “Nossos pais estavam separados e não sei o motivo certo, mas creio que foi por nossa mãe não ter condições financeiras, e ela nos colocou para adoção. Quando nosso pai foi nos buscar, a Gabriella já tinha sido adotada, só havia ficado eu, e ele me levou para casa dele e me criou”, descreve.
Já Gabriella conta que os pais italianos, Giuliana e Massimo Calzamiglia, a adotaram através de uma associação italiana que realizava trabalho sobre o assunto. “Eles estiveram em Nova Venécia, me buscaram e viemos embora, nunca mais voltamos. Eles não podiam ter filho biológico e eu cheguei à vida deles através do destino. Eles são minha família e eu não mudaria isso por nada no mundo. Encontrar a minha família biológica é lindo, realmente. No entanto, a verdadeira família é quem o faz crescer, quem deu o melhor de si para a sua felicidade, então, eu os amo!”, diz.
