quinta-feira, novembro 13, 2025
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“Tive câncer de endométrio, e na hora que recebi o diagnóstico, as lágrimas desceram”

Marinalva Hofmam Crause conta que não sabia o que era a doença. Ela fez o tratamento, mas, ano passado, a doença voltou. Porém, até o último exame realizado, Marinalva apresentou melhoras novamente. “Estou muito bem”

O tema é Outubro Rosa, que é uma campanha de conscientização que tem como objetivo principal alertar as mulheres sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e câncer de colo de útero.

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Mas, a Rede Notícia, pensando na saúde da mulher, trouxe a entrevista com a Marinalva Hofmam Crause, 61 anos, que teve diagnóstico de um carcioma maligno do endométrio, ou seja, ela teve um câncer do endométrio, que é um tipo de câncer que se desenvolve no endométrio, o revestimento interno do útero. Marinalva é esposa do Vanderley Crause e têm quatro filhas.

» “Meu cabelo caiu, não tive problema com isso”, diz Marinalva

“Eu vejo que a Campanha Outubro Rosa, poderia se expandir, é preciso falar sobre o câncer de endométrio, que é o que eu tive. Meu cirurgião oncológico disse que o câncer de endométrio é o segundo tipo de câncer diagnosticado no mundo e, são diagnosticados mais de 7.800 casos por ano. Vejo pouca divulgação sobre o assunto. Quando comento que tive esse diagnóstico, as pessoas, a maioria, nem sabe o que seja. A Campanha do Outubro Rosa fica focado somente no câncer de mama e útero, e as mulheres esquecem que tem outros tipos de câncer. Quando recebi o diagnóstico, eu não sabia o que é o câncer do endométrio. Tudo iniciou em 2021, eu comecei a ter sangramento diário. Sempre fiz meus exames, nunca tinha dado nada. Estávamos na pandemia e tudo estava mais difícil, inclusive, consultas, mas, consegui uma vaga, e com exame em mãos, o médico me disse que era apenas para eu tomar anticoncepcional. Assim fiz, era uma consulta aqui em Nova Venécia. Minhas filhas resolveram procurar uma médica fora da cidade, e lá, ela já ligou o alerta, me disse que as coisas não estavam normais, que eu precisava fazer a biópsia, e foi feita e, o resultado que recebi foi que eu estava com carcinoma maligno do endométrio, ou seja, o câncer do endométrio. Na hora, as lágrimas desceram. Bate aquele medo enorme, é um diagnóstico difícil. Comecei a fazer as quimioterapias, fiz radioterapia, algumas internas, essas, senti muita dor, é horrível, fiz cirurgia também. . Os efeitos colaterais da quimioterapia, foram leves, sentia dores nas pernas, apenas. Meu cabelo caiu, não tive problema com isso. Terminei o tratamento e voltei à minha vida, inclusive, não parei. Quando estava fazendo quimioterapia, fiz rapel, não deixei me abater. Tive meu marido e minhas filhas o tempo inteiro ao meu lado, não me deixaram em momento algum. Eu já estava fazendo exames a cada seis meses, a tempestade tinha passado, tinha finalizado o tratamento. Mas, depois de exames de rotina, em dezembro do ano passado, tive outra difícil notícia: O câncer havia reincidido. Retomei às sessões de radioterapia, três meses depois, repeti os exames, e estava tudo normal. Estou bem novamente. Essa semana, como já se passaram mais três meses, novamente repeti os exames, e, estou aguardando o resultado, já com a certeza de que continua tudo bem. Realizei todo tratamento pelo SUS e o que posso dizer é que é fantástico, todos os profissionais são maravilhosos. Me tratei no Hospital das Clínicas, Santa Casa e Santa Rita, lá em Vitória. O câncer afeta tudo na gente, tanto o corpo, quanto a mente. Quando eu estava careca, sentia olhares diferentes para mim, infelizmente. Mas, todo mês de outubro eu passo a máquina no cabelo, não fico careca, mas, deixo o cabelo bem curtinho, em solidariedade às mulheres que estão passando pelo câncer. Sobre morrer disso, nunca pensei. Meu medo sempre foi em não ter ou consegui o tratamento, mas, quando vi que realmente, o tratamento existe, fiquei mais tranquila. O câncer mexeu muito com meu emocional, hoje vejo que preciso procurar um profissional que lida com saúde mental, pois é uma doença difícil de enfrentar. O que me sustentou até hoje, primeiro foi Deus, que sempre esteve ao meu lado, e depois, a minha família, que me ampara, isso é muito importante. Hoje, estou muito bem, vivo um dia de cada vez, e, passei a ver a vida de outra forma, faço tudo que tenho vontade. Participo dos grupos de cultura do Bonfim, o Afro, a Quadrilha, e a Folia de Reis, também, o Carnevale di Venezia, isso me ajuda demais. Eu tenho sonhos a realizar, quero andar de balão, fazer rapel no balão e pular de paraquedas. Para finalizar, quero deixar claro que, o cancer não é castigo, nem fraqueza, nem resultado de pensamentos ruins, e sim, uma doença complexa, real, e que exige respeito e tratamento adequado”
Marinalva Hofmam Crause, 61 anos

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