Com queda de receita e prejuízos, estabelecimentos ainda precisam enfrentar locais que burlam Decreto e abrem de forma ilegal, com atendimento presencial
Ninguém duvida que a pandemia do novo coronavírus já causou prejuízos gigantescos na economia do País e do mundo. Um dos setores profundamente impactados é o da gastronomia. Como em todo Estado, de portas fechadas para o público desde o dia 21 de março, bares e restaurantes de Nova Venécia registram queda de até 40% nas vendas e esperam autorização para a retomar as atividades no Espírito Santo. Mesmo com a retomada gradual de diversas atividades econômicas, devido a Decreto, estes estabelecimentos seguem fechados e funcionam apenas com serviços de retirada ou delivery.
Os efeitos devastadores da crise estão sendo sentidos no Cebola’s Restaurante e Pizzaria. Por lá a situação não é diferente do que está sendo mostrado no Estado. De acordo com a proprietária, Zênia Hoffmam, o faturamento caiu cerca de 40%, tendo demissões, e prejuízos difíceis de calcular. “Com o aumento assustador da matéria-prima e com as portas fechadas para o atendimento presencial, se houver recuperação, será à longo prazo. Nosso setor está impossibilitado de trabalhar como antes, e isso vem sendo o caos”, fala.
Com as mesas vazias e cumprindo o Decreto Estadual que determina a proibição de consumo de alimentos em bares e restaurantes noturnos, Zênia afirma que entende a preocupação das autoridades com a epidemia do coronavírus, e enxerga que medidas de funcionamento podem ser adotadas, para que o setor volte a funcionar aos poucos. “Entendo que é preciso ser prudente e ter cautela para a nossa segurança e também dos nossos clientes. Só que têm estabelecimentos que não estão respeitando o decreto em Nova Venécia e com isso, também perdemos vendas. As pessoas chegam ao balcão e perguntam se pode consumir no local, com a negativa, vão embora, pois há lugares que não cumprem as regras, não está tendo fiscalização por parte das autoridades. É desanimador o que estamos vivenciando”, fala.
Com a mesma reclamação estão os sócios da hamburgueria Smak Burger. Werick Tose e Tamiris Biral vêm cumprindo de forma correta o que determinou a ordem do decreto, porém, acreditam que o não cumprimento da lei por parte de alguns estabelecimentos, tem gerado prejuízo aos seus negócios. “Têm empresas abrindo e como as pessoas estão enjoadas de ficar em casa, preferem ir a estes estabelecimentos”. Isso tem dificultado e diminuído a quantidade de nossos pedidos, diz Tose.
A Smak Burger, que está situado ao lado do Posto Ferrari, na rodovia que liga o trecho entre Nova Venécia a Boa Esperança, tinha como público antes da pandemia, os estudantes das faculdades e escola ao entorno do bairro, entre outros. “Nascemos do delivery, assim nossa empresa surgiu, até chegarmos a abrir a loja física. Sabemos como trabalhar com entrega. Mas com essa concorrência dos estabelecimentos abrindo normalmente, tem ficado ainda mais difícil para nós, que estamos fazendo apenas delivery e retirada no local”, afirma Tose, que ainda completa. “O decreto precisa valer para todos”.
Já a Pizzaria Capricciosa está também como todos os estabelecimentos que estão obedecendo ao Decreto Estadual. Os proprietários, Jozineide Salvador Mendes e Alvedisio Silva Santa Rosa estimam queda nas vendas, mas preferem não revelar dados. Tendo antes da pandemia 42 funcionários,(na Rede), alguns contratos precisaram ser suspensos por enquanto. “Vamos enfrentar a crise e vai passar, é algo que o mundo está vivendo e lá na frente, tudo vai dar certo”, comentam os proprietários.
Uma das queixas da direção da Capricciosa é a mesma que os empreendedores do segmento vêm passando também, os preços. “O aumento no valor de venda da matéria-prima, isso é inexplicável, subiu tudo em grande escala, isso também complica. Temos a certeza que vai dar tudo certo e temos projeto para expandir nossos negócios, o pensamento será otimista sempre”, finalizam.