Em relação ao Dia Mundial da Conscientização do Autismo, 02 de abril, a Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Educação de Nova Venécia, divulgou, em suas redes sociais, um banner evidenciando a data, lembrando a importância em respeitar e conviver com pessoas nessa condição.
De acordo com a secretária de Educação, professora Wanessa Sechin, a Educação Municipal atende 72 estudantes com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), desde a Educação Infantil (Pré-Escola), até o Ensino Fundamental (Anos Iniciais e Anos Finais), e na Educação do Campo. “Atualmente, a assistência é feita através de atividades remotas enviadas aos alunos público-alvo da Educação Especial, de acordo com suas especificidades. Nesse contexto, caberá ao professor da Educação Especial mediar esse processo com os outros profissionais da escola (Professor regente, supervisor, diretor e demais funcionários). O professor da Educação Especial é responsável por ajustar o conteúdo curricular (com base nas atividades do professor regente) e, de acordo com cada aluno, produzir atividades/materiais remotas flexionadas/adequadas/adaptadas, a serem enviadas semanalmente’, fala a Secretária.
Ainda, segundo a Secretária, um dos requisitos para o desenvolvimento do trabalho com alunos da Educação Especial, é a proximidade de toda equipe escolar com a família. Em relação ao sistema disponibilizado ao aluno autista, a secretaria informa que, como os outros estudantes, a retirada das atividades depende da escolha de cada responsável pelo aluno. “As atividades remotas são encaminhadas às famílias dos respectivos alunos, conforme escolha e disponibilidade de cada lar, podendo ter entrega impressas, via WhatsApp, e-mail e outros”, finaliza.

Você sabe o que é o TEA?
O autismo — nome técnico oficial: Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) — é uma condição de saúde caracterizada por déficit em duas importantes áreas do desenvolvimento: comunicação social e comportamento. Não há só um tipo de autismo, mas muitos subtipos, que se manifestam de uma maneira única em cada pessoa. Tão abrangente que se usa o termo “espectro”, pelos vários níveis de comprometimento — há desde pessoas com outras doenças e condições associadas (comorbidades), como deficiência intelectual e epilepsia, até pessoas independentes, com vida comum, algumas nem sabem que são autistas, pois jamais tiveram diagnóstico (Revista AUTISMO).
Por que o dia 02 de abril é considerado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo?
A Organização das Nações Unidas (ONU), no fim de 2007, definiu todo 02 de abril como sendo o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, para lembrar a data e chamar a atenção da mídia e da sociedade para o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).
E por que do diagnóstico mais precoce possível?
“É que quanto mais cedo se diagnostica, mais cedo se pode intervir. E sabemos que, com a intervenção precoce, as crianças têm resultados muito melhores”, relata o pesquisador americano Nelson. Hoje a prevalência de Transtornos do Espectro do Autismo é igual a 1 para cada 54 crianças afirmado pelas autoridades do assunto Autism and Developmental Disabilities Monitoring Network, 2016, e Surveillance Summaries, 2020.
Tratamento e sinais
Alguns sinais de autismo já podem aparecer a partir de um ano e meio de idade, até mesmo antes em casos mais graves. Há uma grande importância de se iniciar o tratamento o quanto antes — mesmo que ainda seja apenas uma suspeita clínica, ainda sem diagnóstico fechado —, pois quanto antes comecem as intervenções, maiores são as possibilidades de melhorar a qualidade de vida da pessoa. O tratamento psicológico com mais evidência de eficácia, segundo a Associação Americana de Psiquiatria, é a terapia de intervenção comportamental — aplicada por psicólogos. A mais usada delas é o ABA (sigla em inglês para Applied Behavior Analysis — em português, análise aplicada do comportamento). O tratamento para autismo é personalizado e interdisciplinar, ou seja, além da psicologia, pacientes podem se beneficiar com intervenções de fonoaudiologia, terapia ocupacional, entre outros profissionais, conforme a necessidade de cada autista. Na escola, um mediador pode trazer grandes benefícios, no aprendizado e na interação social. Alguns sintomas como irritabilidade, agitação, autoagressividade, hiperatividade, impulsividade, desatenção, insônia e outros podem ser tratados com medicamentos, que devem ser prescritos por um médico (Revista Autismo).
Causas do autismo
As causas do autismo são majoritariamente genéticas. Confirmando estudos recentes anteriores, um trabalho científico de 2019 demonstrou que fatores genéticos são os mais importantes na determinação das causas (estimados entre 97% e 99%, sendo 81% hereditário), além de fatores ambientais (de 1% a 3%) ainda controversos, que também podem estar associados como, por exemplo, a idade paterna avançada ou o uso de ácido valpróico na gravidez. Existem atualmente (março/2021) 1.003 genes já mapeados e sendo estudados como possíveis fatores de risco para o transtorno — sendo 102 genes os principais (Revista AUTISMO).
Então, o que se sabe das possíveis causas do autismo?
Na grande maioria dos casos, não é possível ter certeza, argumenta Charles Nelson. Mas, com base nas pesquisas mais recentes, “a maioria de nós, pesquisadores do assunto, acredita que se trate de uma vulnerabilidade genética com um gatilho ambiental. E sabemos que é um distúrbio do desenvolvimento do cérebro que aparece muito cedo. Então a pergunta é: o que faz o cérebro ir nessa direção?” Essa pergunta permanece, até agora, sem uma resposta definitiva, segundo ele.