A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) divulgou, na última sexta-feira (06), os resultados da Operação Shamar, realizada de 1º a 30 de agosto em todo o Espírito Santo. A Operação contou com a participação da Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) e da Polícia Militar do Espírito Santo (PMES) e teve como objetivo combater a violência doméstica e familiar contra a mulher e o feminicídio.
A operação foi realizada em todo o país, sob coordenação do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A palavra “shamar” é de origem hebraica e significa “cuidar”. No Espírito Santo, a coordenação é da Gerência de Operações Integradas (Geopi), da Sesp. A Operação Integrada Nacional concentrou esforços para o desenvolvimento de ações policiais, preventivas e repressivas, de combate à violência doméstica e familiar contra a mulher e ao feminicídio, com a participação dos órgãos de segurança pública, especialmente das Polícias Civil e Militar.
O secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Leonardo Damasceno, destacou a importância da integração no combate à cultura do machismo. “A Sesp coordena esta operação integrando as forças de segurança nesse projeto muito importante, de levar mais proteção às mulheres. Nós temos um problema, que é a cultura da violência de gênero, e nós temos que combater isso de todas as formas. Um dos focos do Programa Estado Presente em Defesa da Vida é realizar operações integradas no combate à criminalidade, e isso inclui a violência de gênero”, afirmou.
No Espírito Santo, foram realizadas ações de repressão e prevenção em todos os 78 municípios do Estado, de forma integrada pela PCES, por meio da Divisão Especializada de Atendimento à Mulher (DIV-Deam), e pela PMES, com a da Divisão de Direitos Humanos/Coordenação da Patrulha Maria da Penha.
As ações de repressão incluíram a apuração de denúncias anônimas, promoção de mutirões para realização de oitivas, intimações, instauração e conclusão de inquéritos policiais, cumprimento de mandados de busca e de prisão e autuações em flagrante. As ações itinerantes também tiveram cunho orientativo, com abordagens, conversas, palestras e distribuição de material informativo em ruas, comércios, escolas, órgãos públicos e empresas.
A titular da DIV-Deam, delegada Cláudia Dematté destacou que essas ações têm um objetivo principal, que é desconstruir a cultura machista que ainda existe na sociedade. “Nós deixamos aqui um recado, para qualquer mulher que possa estar vivendo um relacionamento abusivo ou passando por uma situação de violência: que denunciem, desde a primeira violência sofrida. Dessa forma, a Polícia Civil, a Polícia Militar e toda a rede de apoio e atendimento vão poder agir para evitar que crimes mais graves ocorram.”
Já o major Marcus Queiroz, da Diretoria de Direitos Humanos e Polícia Comunitária, explicou que o trabalho integrado possibilitou alcançar importantes resultados. “Dentro da Operação, nós atuamos de forma conjunta com a Polícia Civil e tivemos 3.801 ocorrências específicas de violência contra a mulher. Toda vez que a Polícia Militar recebe uma denúncia deste tipo, nós vamos para o local para fazer o atendimento especializado, mas, dentro da Operação, tivemos o reforço do policiamento para essas ações, principalmente da Patrulha Maria da Penha, que faz o acompanhamento dessa mulher após a ocorrência, visando à proteção dela”, afirmou.
Os resultados da Operação Shamar foram expressivos, com 285 homens autores de violência contra a mulher presos, sendo 257 prisões em flagrante e 28 em cumprimento de mandados de prisão preventiva. As ações de orientação e prevenção alcançaram um público total de 21.354 pessoas. Outros números da Operação Shamar:
- 3.801 Boletins de Ocorrência registrados
- 1.064 Medidas Protetivas de Urgência solicitadas
- 1.057 visitas da Patrulha Maria da Penha realizadas
- 496 denúncias anônimas apuradas
- 25 armas brancas apreendidas
- 11 armas de fogo apreendidas
Ações itinerantes
Durante a Operação Shamar, foram realizadas ações itinerantes em sete municípios do Estado: Vargem Alta, Jerônimo Monteiro, Rio Novo do Sul, Pinheiros, Mucurici, Ponto Belo e Pedro Canário. Nestas cidades, equipes integradas das Polícias Civil e Militar utilizaram a Delegacia Móvel da PCES para levar informações e atendimento às mulheres.
Nas cidades, os policiais realizaram o atendimento a mulheres vítimas de violência doméstica e familiar e de crimes contra a dignidade sexual, registraram Boletins de Ocorrência, solicitaram medidas protetivas de urgência, realizaram a verificação de denúncias anônimas, fizeram prisão em flagrante e realizaram acolhimento psicossocial. Além disso, as ações itinerantes permitiram ampliar o alcance das ações orientativas, com a realização de palestras, distribuição de material informativo e diálogo com a comunidade.
O objetivo dessas ações itinerantes, além das ações de repressão e atendimento, é trabalhar na prevenção da violência contra a mulher, tirar dúvidas sobre a Lei e os tipos de violência contra a mulher, trabalhar na desconstrução da cultura machista que ainda existente na sociedade, bem como aproximar a polícia da população, em ações de polícia comunitária e cidadã.