Alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Dom Daniel Comboni e da faculdade Multivix de Nova Venécia, desenvolveram um projeto inédito na região, e diagnosticaram a contaminação da água subterrânea de poços artesianos, utilizados no dia a dia, no interior do Município.
O estudo, intitulado de “Análise microbiológica de poços artesianos independentes do noroeste do Espírito Santo”, que iniciou em abril deste ano, buscou entender como se encontra a água subterrânea dos lençóis freáticos, a partir da análise microbiológica da água de poços artesianos, pertencentes às famílias dos alunos da escola estadual.
Toda a pesquisa, com exceção da coleta de amostras, foi realizada na escola, pelos estudantes da 3ª série do Ensino Médio Regular Matutino, Alexandre Gazzoli Grassioti, Ana Luiza dos Santos, Maria Luiza Felipe Senna, Matheus de Abreu Mioto, Mirela de Menezes Formigoni e Willian Rodrigues de Almeida, sob orientação das professoras mestre Daniele Giulianna de Vasconcelos e doutora, Ester Correia Sarmento Rios, com o auxílio da graduanda em Medicina Veterinária Victória Negris Trejos.
“É um projeto inovador e de extrema importância, já que, com a desertificação dos solos, desvio e, desaparecimento de rios, escassez de nascentes e, alterações climáticas, grande parte da população da região recorre a poços artesianos para obtenção de água. Segundo o IBGE, cerca de 35% da população da cidade vive nas zonas rurais, onde a prática de perfurar poços é ainda mais comum, em decorrência da dificuldade de assistência de empresas de saneamento”, explicam as professoras.
De acordo com as professoras, os resultados do projeto são inéditos para a região, mas, foram semelhantes aos encontrados em outros estados do país, com outros biomas, que também mostraram contaminação da água subterrânea de maneira significativa.
“A geração e publicação desses dados são extremamente válidos, pois, a partir dessa confirmação científica, a população pôde ser alertada, através da distribuição de laudos. O trabalho também pode se desdobrar em outros projetos, especialmente, voltados à geração de alternativas tecnológicas para a solução do problema”, pontuam.
O projeto é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (FAPES), com sete bolsas, além de uma reserva para adquirir equipamentos e insumos.
“Os jovens cientistas conseguiram a proeza de, em poucos meses, adquirir e preparar cerca de 100 kits de coleta de amostras, envolver cerca de 75 famílias na coleta e triar e analisar 50 amostras de água, quanto ao aspecto químico e microbiológico”, relatam.
O projeto foi selecionado para participar, nos dias 10 e 11 de outubro, da Feira de Ciências, Tecnologia e Humanidades do Vale do Cricaré (FECRI), promovida pelo IFES de São Mateus, em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES – CEUNES). O evento contou com autoridades e palestrantes e tem como objetivo, discutir e incentivar a divulgação científica. “Nova Venécia foi brilhantemente representada por este grupo de jovens cientistas”, finalizam as professoras.