Dando continuidade à sua série de entrevistas com candidatos de Nova Venécia e região para as eleições de 07 de outubro, o Jornal A Notícia entrevista, nesta quinta-feira, a candidata a deputada federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Leide Maria Fagundes Alves.
Filiada à sigla há 26 anos, Leide é professora particular e defende diversos projetos na educação, saúde, segurança pública, entre outros, além de trabalhos em comunidades tradicionais.
Como professora, Leide atua há 25 anos e já trabalhou nas escolas Dom Daniel Comboni, Polivalente, Stanislaw Zucolotto, Claudina Barbosa e Maria Dalva Gama Bernabe. Hoje é professora particular.
Na entrevista, ela fala sobre projetos, motivação à candidatura, relação com o município – caso eleita -, e atuação em movimentos sociais. Confira:
Candidatura
“Para defender os movimentos sociais, dentro de uma estrutura onde os direitos são desrespeitados. Então, eu decidi ser candidata a deputada federal para defender o povo”.
Educação
“Para a educação, a valorização do magistério, porque o professor é um dos gestores da educação. É ele que coloca e ensina no dia a dia, como iremos viver na sociedade. A educação, para mim, é muito importante, porque ela qualifica e um dos pontos que eu defendo, é a educação do campo, porque, ainda hoje, no século XXI, ela não recebe os devidos cuidados que precisa para manter o homem do campo e, ao mesmo tempo, fazer com que ele estude, desde a infância até a idade adulta. Defendo, também, a educação para as pessoas que não tiveram condições de estudar, no caso, jovens e adultos. Eu defendo uma educação inclusiva”.
Saúde
“Na saúde, eu defendo que façamos projetos para manter o SUS e suas verbas, porque é um programa muito importante. Inclusive, muitos países, como a Itália, vêm ao Brasil aprender sobre o programa. Nós não podemos deixar o SUS acabar. No Brasil, nós falamos de saúde, mas muitas vezes, ela é a doença. Que a gente previna, para que a pessoa não fique doente. E de que forma podemos fazer isso? A gente previne quando você dá saneamento básico, alimentos sem agrotóxicos. Não é só cuidar da saúde corporal, mas, também, da mental. Então, nesse contexto, eu defendo uma saúde alternativa, que você previna. Precisamos trabalhar a prevenção”.
Saúde da mulher
“Ela precisa ter toda uma estrutura dentro da saúde para que possa ser bem atendida quando estiver grávida, por exemplo, inclusive, a mulher indígena e a mulher afro. A mulher em um contexto geral”.
Segurança Pública
“Ela passa pela educação, pela saúde, pela distribuição de renda e pelo esporte. Quando você fala em segurança pública, você está falando de estrutura, do sistema que está aí. Tem que valorizar mais o corpo administrativo, a polícia, trabalhar menos com armas e mais com a inteligência, porque, em um contexto geral, geralmente, se fala da segurança pública como algo que não tem nada a ver com a educação, com a saúde, com a distribuição de renda. Não podemos trabalhar a segurança pública como uma coisa isolada. Tem que investir mais em inteligência e na tecnologia dentro da segurança pública, porque quando você trabalha ela, você está falando de uma forma geral, porque, se existe a criminalidade, é porque existem fatores atrás e eles, na maioria das vezes, estão ligados à má distribuição de renda e à educação”.
Segurança da mulher
“Não basta só aplicar a Lei Maria da Penha. Precisamos elaborar projetos para que essa mulher esteja acolhida, porque quando ela sofre a violência, ela fica, totalmente, fragilizada na sua estrutura psicológica. Precisamos ter uma estrutura com psicólogos, com psiquiatras, com médicos e casas de acolhimentos, para que ela chegue lá e seja bem recebida e se sinta amada, porque o trauma da violência é muito perigoso para que a pessoa não carregue para vida toda. A violência contra a mulher atinge toda a estrutura familiar e toda a estrutura do Estado, porque todos passam a sofrer. É como se fosse algo que vai contaminando”.
Relação com o município
“Seria de muito diálogo. Penso que o deputado federal tem que ter diálogo com todos os prefeitos, com o Governo do Estado, seja do seu partido, ou não, porque ele traz benefícios para o município. Há casos que nós conhecemos que o deputado fez a emenda, repassou ao município, mas a Prefeitura não fez o projeto, para não dar visibilidade ao deputado. Esse dinheiro vai para onde? Precisa ter maturidade democrática e haver confrontos apenas de ideias, para se chegar a um acordo, para que o município não sofra com isso”.
Considerações finais
“Se eleita, dentro do meu mandato, irei atuar em todos os campos. Na educação, na saúde, nas comunidades tradicionais dos indígenas, dos ciganos, dos povos da floresta e dos povos das águas. Por esta razão, que me lancei à candidata, porque acredito que tenho uma história nos movimentos sociais, o que vai me ajudar, também, a direcionar os projetos. Temos que entender que o deputado estadual, federal e o senador, elaboram projetos. Não fazemos obras. Temos três poderes: o executivo, que executa, segundo Montesquieu, o espírito das leis; o Poder Legislativo é aquele que faz as leis; e o Poder Judiciário, que analisa se as leis estão sendo aplicadas. Então, eu pretendo, como deputada, fazer um mandato para o povo”.