O professor veneciano, Wemerson Nogueira, emitiu no início da noite desta quinta-feira, uma nota oficial, onde dá sua versão sobre o caso sobre a informação de que ele teria apresentado um diploma falso em processos seletivos e concursos públicos.
VEJA A NOTA NA ÍNTEGRA:
Vila Velha, 11 de maio de 2017.
NOTA
Informo a toda sociedade capixaba, alunos, professores, gestores e cidadãos brasileiros, que acompanham a minha trajetória na Educação pública que todas essas informações que têm sido noticiadas desde ontem pela imprensa, constituem, para mim, algo que se traduz em sentimentos de dor, angústia e, até mesmo, revolta. Em diversas entrevistas que concedi durante os processos de reconhecimento que tenho protagonizado nos últimos meses, projetando a Educação brasileira para os aplausos do mundo, revelei uma sensação de dever cumprido, aquele dever que assumi quando ingressei em uma sala de aula para ser professor.
Em função das minhas condições financeiras e de acessibilidade, fiz meu curso superior de licenciatura em Química no modelo de Educação à Distância, assim como muitos brasileiros fazem hoje. No inicio, ouvi muitas críticas acerca do modelo de ensino EAD. Escutei rumores de que muitos profissionais que se formam com base nessa metodologia, não desenvolvem seus potenciais e, conseqüentemente, não têm grandes oportunidades. Na condição de estudante, de uma família muito simples, de uma cidade do interior e de situação financeira bastante limitada, a possibilidade de fazer um curso superior apenas se tornou possível por meio do ensino à distância. Após concluir o meu curso, a profissão que escolhi foi a de professor, e o meu desejo sempre foi me tornar um educador capaz de contribuir para transformar a vida dos meus alunos. Encontrei, nessa caminhada, tantas crianças, adolescentes e jovens que haviam perdido a esperança de viver e com a Educação, tenho conseguido ajudar a devolver certeza que um dia as coisas sejam melhores.
Se esse era o meu desejo, sempre soube que precisava me qualificar. Diante dos meus limites, encontrei a opção em um folder, convidando para o curso de licenciatura no Pólo de Ensino a Distância, de uma universidade chamada UNIMES, localizada na região próxima a Colatina. No primeiro momento, fui até o local, tirei todas as dúvidas com a diretora, que se apresentou a mim com o nome de “Angélica”. Participei, então, do processo seletivo e, ao ser aprovado, fiz a matricula. Entendi como funcionavam as atividades e provas e paguei pelo curso. A partir de então, me dediquei dia após dia aos estudos, até me formar. Além do pólo de Pancas, havia vários outros instalados pelo Estado, o que nunca me deixou preocupado com a idoneidade da instituição. Após a conclusão do curso, recebi meu diploma, senti-me honrado pela minha formação e preparado para atuar como educador. Hoje, tenho a plena certeza dos meus estudos e dos meus conhecimentos, frutos da minha dedicação e de todo o processo que passei para chegar até aqui.
Ao ver a UNIMES de São Paulo se posicionar, dizendo que desconhece a minha documentação, é, para mim, no mínimo, constrangedor. Se aquela universidade é vítima, do mesmo modo, eu, Wemerson da Silva Nogueira, que sempre acreditei que estava fazendo algo certo, no lugar certo, também sou. Pelo fato de ser o meu primeiro curso superior, nunca me atentei que algo desse tipo poderia ocorrer. Afinal, havia passado regularmente por todos os processos exigidos e o meu único desejo era me formar e ser um profissional do bem e reconhecido. Quando a Universidade se posiciona dizendo que desconhece o meu diploma, entendo que preciso me posicionar também. Se ela que teve seu nome usado por pólos clandestinos aqui no Estado e, possivelmente, em outros lugares do Brasil (conforme citado pelo advogado da instituição, alegando que desde 2015 recebia denuncias), eu, do lado de cá, também me sinto totalmente prejudicado. Nesse contexto, uma coisa é certa: posso provar que estudei sim e tenho documentos e evidências que comprovam isso e, jamais usaria de má fé para me beneficiar.
Ainda cabe registrar que, após chegar de Dubai, onde estive para participar como o único brasileiro entre os dez finalistas do Global Teacher Prize, prêmio internacional de Melhor Professor do Mundo, recebi um contato da UNIMES, de Santos-SP, me parabenizando e manifestando o interesse de fazer uma matéria comigo, como ex-aluno, sobre o destaque que eu havia recebido. Acolhi a mensagem e, por também me considerar um ex-aluno de UNIMES, coloquei-me à disposição para atender à instituição. Tive ainda diversas conversas por meio do WhastApp com a UNIMES de Santos, respondendo aos contatos da universidade, que se apresentou com o intuito de capitalizar para si a minha projeção ao perceber a evidência adquirida com as quase vinte premiações e reconhecimentos estaduais, nacionais e internacionais que eu acabara de receber.
Finalizo pedindo a todos os que acompanham o meu trabalho que, antes de qualquer julgamento nas redes sociais, fiquem certos de que tenho exercido a minha profissão de educador ajudando a melhorar a vida de várias crianças e adolescentes que me olharam como um espelho, uma referência, pois identificaram nas minhas práticas educacionais, esforços e resultados concretos que fazem a diferença no processo ensino-aprendizagem.
Obrigado pela força e pelo carinho de todos!