terça-feira, dezembro 3, 2024
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Presos, cinco PMs envolvidos em execução de jovem no ES são autuados por homicídio

Vídeo flagrou jovem sendo executado por PM. Cinco foram presos.

Dois cabos e três soldados da Polícia Militar, foram presos em flagrante suspeitos de executarem um adolescente de 17 anos, identificado como Carlos Eduardo Rebouças Barros, durante uma abordagem violenta nesta quarta-feira (1), no bairro São Geraldo, em Pedro Canário.

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Os militares foram ouvidos no 13º Batalhão da PM em São Mateus, e chegaram durante a madrugada desta quinta-feira (2), no presídio militar dentro do Quartel do Comando-Geral, em Maruípe, Vitória. Segundo o comandante-geral da PM, coronel Douglas Caus, os cinco policiais presos foram autuados pelo crime de homicídio, e podem responder por outros crimes, como a versão divergente do boletim de ocorrência, e o arrasto do corpo do jovem para dentro da casa.

Os cinco policiais presos têm todos menos 10 anos de polícia. Eles vão passar por audiência de custódia às 13h desta quinta-feira (2), quando a Justiça deve decidir se a prisão em flagrante será convertida em prisão preventiva (por tempo indeterminado).

VÍDEO MOSTRA EXECUÇÃO

A Rede Notícia teve acesso às imagens de uma câmera de segurança que mostra o momento da execução. Nas imagens, é possível ver que a vítima, que seria um suspeito, aparece sentado, próximo a um muro, com as mãos algemadas para trás. Em seguida, o rapaz, de 17 anos, algemado, levanta e um dos policiais sinaliza para ele sentar. O homem acata a ordem, e acaba assassinado à queima-roupa pelo policial militar. Em seguida, eles arrastam o corpo do suspeito, alterando a cena do crime. Veja:

Crédito: Reprodução

Em uma outra imagem, é possível ver policiais militares com um homem algemado sendo levado para uma viatura. É possível perceber que toda a ação é truculenta por parte dos policiais militares envolvidos na ocorrência, veja:

Crédito: Reprodução

BOLETIM DE OCORRÊNCIA DIVERGE DE VÍDEOS

O Boletim de Ocorrência confeccionado pelos próprios policiais militares, a que a reportagem teve acesso, fala “morte por confronto com agente de Estado”.

Os PMs alegam que receberam informação de que dois suspeitos supostamente armados, estariam escondidos em um prédio, no bairro São Geraldo, em Pedro Canário.

A alegação dos policiais prossegue, dizendo que “no momento da chegada das equipes, os indivíduos perceberam a presença das viaturas e iniciaram fuga pelo telhado da casa vizinha, desobedecendo diversas ordens de parada pelos policiais”.

Segundo o documento, o adolescente executado teria efetuado quatro disparos em direção a um dos policiais. O militar teria revidado com seis tiros, e que não saberia dizer se o adolescente havia sido atingido. Em seguida, os policiais narram na ocorrência que o adolescente foi contido e ficou próximo do muro, como corrobora as câmeras. Ele estaria “aparentemente desarmado”, narram os PMs na ocorrência.

A ocorrência segue dizendo que um dos policiais ordenou que o adolescente se virasse para revista pessoal, e que o rapaz teria colocado a mão na cintura na tentativa de sacar uma arma de fogo, momento em que o PM teria atirado na direção do jovem.

Mas as câmeras mostram o contrário: o jovem não põe a mão na cintura quando é assassinado pelo policial militar.

HISTÓRICO DO JOVEM MORTO

O adolescente de 17 anos, assassinado por policiais militares durante uma abordagem violenta nesta quarta-feira (1), no bairro São Geraldo, em Pedro Canário, foi identificado como Carlos Eduardo Rebouças Barros. A companheira dele está grávida de gêmeos.

Ele morava no bairro São Geraldo, conforme consta na ficha dele na Polícia Civil, e havia completado 17 anos no final de 2022.

No histórico da Polícia Civil constam vários boletins de ocorrência já registrados contra ele. Conforme a PC, Carlos Eduardo teve a primeira passagem registrada, em dezembro de 2017, por crime análogo a dano ao patrimônio. A mais recente, no dia 9 de fevereiro deste ano, por tentativa de homicídio com arma de fogo.

Ao longo desse período, também foi acusado de ameaça, posse e uso de maconha, porte ilegal de arma e tráfico de drogas.

Na ficha consta, ainda, que ele tinha o ensino fundamental completo e, na época em que foi registrado o documento, apresentava lesão porque teria resistido à ação policial.

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