domingo, novembro 9, 2025
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Justiça cassa mandato de prefeito e vice em cidade do ES

Para juiz, o prefeito Ronan de Zucoloto de Souza (PL) deu anuência à informação sabidamente falsa ao compartilhá-la em rede social

O juiz Carlos Ernesto Campostrini Machado, da 9ª Zona Eleitoral de Santa Leopoldina, determinou a cassação do mandato do prefeito de Santa Maria de Jetibá, Ronan de Zucoloto de Souza (PL), conhecido como Ronan Fisioterapeuta, e do vice-prefeito Rafael Bozani Pimentel (PL). A decisão, proferida nesta quarta-feira (9), também os torna inelegíveis por oito anos e prevê a realização de novas eleições no município.

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A sentença tem como base uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) movida pelo Ministério Público Estadual (MPES) em outubro de 2024. De acordo com a ação, a chapa eleita pelo PL teria se beneficiado de uma pesquisa eleitoral fraudulenta, divulgada no dia da votação por meio de grupos de WhatsApp, violando regras da Justiça Eleitoral. A defesa dos acusados, no entanto, nega qualquer irregularidade e afirma confiar na Justiça para reverter a decisão.

Segundo o Ministério Público, a suposta fraude envolveu a manipulação de um vídeo que, aparentemente, teria sido produzido pela Rede Gazeta, afiliada da Rede Globo no Espírito Santo. A montagem alterava os dados da pesquisa, originalmente referente à cidade de Vitória, para simular um levantamento com candidatos de Santa Maria de Jetibá. “Utilizando-se de técnicas bem elaboradas, os autores do vídeo fizeram uma montagem… divulgada nas redes sociais para alterar e influenciar a vontade do eleitor, o que de fato aconteceu”, aponta trecho da ação.

A Rede Gazeta esclareceu que, nas eleições de 2024, contratou os institutos Ipec e Quaest para pesquisas em cidades específicas como Vila Velha, Serra, Cariacica e Vitória, mas não realizou ou publicou qualquer levantamento sobre Santa Maria de Jetibá.

O promotor do caso sustenta que a falsa pesquisa, além de não estar registrada na Justiça Eleitoral, foi usada para induzir os eleitores ao erro. “A pesquisa mencionada apresenta dados que não foram registrados… sendo uma montagem efetuada utilizando-se, possivelmente, de uma pesquisa para candidatos a prefeito de Vitória-ES”, declarou.

Durante o processo, Ronan e Rafael alegaram não ter conhecimento prévio da divulgação da pesquisa. O juiz, no entanto, destacou que ambos eram administradores do grupo de WhatsApp “Renova Santa Maria”, onde o conteúdo foi compartilhado. “Não é crível admitir que desconhecessem o teor das mensagens ali veiculadas, especialmente aquelas que… favoreciam-lhes eleitoralmente”, justificou Campostrini Machado.

A defesa dos políticos divulgou nota reafirmando sua confiança no Judiciário. “Ronan e Rafael seguem tranquilos, certos de que não cometeram crime algum, e confiam plenamente no Poder Judiciário para o restabelecimento da justiça”, afirmou o advogado Altamiro Thadeu.

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