Derly Foerste atua em um hospital na Flórida e sua atuação envolve o lado emocional e espiritual dos pacientes e familiares
O pavoense, Derly Foerste, 52 anos, mora nos Estados Unidos há 17 anos e, atualmente, reside na Flórida, local que trabalha como capelão hospitalar no hospital Holmes Regional Medical Center, em Melbourne, pela empresa Health First.
Formado pela Escola Superior de Teologia, em São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Derly atua na unidade com a responsabilidade de proporcionar a parte espiritual e emocional aos pacientes e familiares. Prestando serviço, na maioria das vezes, a pacientes terminais, o pavoense descreve um pouco sobre a sua missão no dia a dia. “Creio que como em muitas profissões, é preciso haver um chamado e foi o que aconteceu comigo. Na área da capelania hospitalar, a gente lida com questão de vida e morte diariamente. Muitos pacientes não vão voltar para casa e tenho que ter o coração bastante aberto, aprender a escutar o que o outro está passando, as angústias, sofrimento, já que aquele pode ser os últimos momentos dele”, explica.
Derly revela que é habitual em seu ofício, lidar com pacientes terminais. “Tenho que estar consciente que meu trabalho é importante e preciso ir embora no fim do expediente sem levar os pacientes para casa em minha mente, senão, não tenho como sobreviver. Vemos coisas muito difíceis, me envolvo nos cuidados deles, me conecto aos pacientes e familiares, mas me desconecto quando necessário. Não posso estar ligado por 24 horas, senão, não trabalho no outro dia e nem vivo”, revela.

Em relação a sua profissão, Derly, que também tem especialização nos EUA na área de Clínica Pastoral, declara que sua área é bastante explorada nos Estados Unidos. “A maioria dos hospitais contam com departamento pastoral. Muitas unidades têm até centro de formação de capelão. Essa área está bastante avançada por aqui, tanto no ramo hospitalar, casa de repouso, quanto em prisões, tudo para providenciar apoio emocional e espiritual. Aqui há uma visão mais holística no tratamento do paciente”, conta.
Casado com a ex-moradora de Vila Velha, Glaucilene Kloss Foerste, o casal tem dois filhos, o Matheus, de 23 anos, que é enfermeiro na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), na mesma instituição que o pai, e o Lucas, de 11. “O que mais gosto aqui é a segurança. Étambém um País economicamente viável. Moramos por 11 anos em Connecticut e aquele frio não me agradava. Agora, moramos na Flórida, o clima é tropical como no Espírito Santo, estamos perto da praia, é muito bom. Sinto falta da família em Vila Pavão, uma vez por ano vamos visitá-los, minha esposa também, para matar a saudade”, diz.
Sobre o momento de pandemia do novo coronavírus, Derly já deu a boa notícia aos familiares de que foi vacinado com as duas doses da vacina.
Vila Pavão
Derly é neto de um dos pioneiros no ramo comercial em Vila Pavão, o seu Carlos e Guilhermina Foerste (in Memória), filho do seu Valdemiro (In Memória), e da dona Laura Hammer Foerste.
Em Vila Pavão, o capelão estudou na extinta Escola Marechal Umberto Castelo Branco, cursou internato em Serra Pelada, em Afonso Cláudio e, também, fez intercâmbio nos EUA, na década de 1990.