A leitura cativa o coração e quem tem o hábito de ler, com certeza, tem o prazer de somar maiores conhecimentos. Quando a leitura então vira paixão, o fato acaba tomando outra dimensão. A história que A Notícia conta hoje, é de um taxista veneciano, que já leu mais de 5 mil livros, e a grande maioria, emprestados da Biblioteca Municipal Eduardo Cunha, de Nova Venécia. Enquanto ele espera pelos passageiros, as páginas com diferentes enredos, dão lugar ao entretenimento.
E mesmo na época da tecnologia, dos livros digitais, o Silvino Ferrari, 63 anos, gosta mesmo é do contato com o papel. A ficha do taxista na Biblioteca é extensa, com em média, o empréstimo de um livro por semana; isso já há mais de 40 anos. Prova de que o troca-troca pelos livros é bastante frequente, é que no dia em que Silvino foi entrevistado pela nossa equipe, a leitura da semana era Daniel Comboni – A ousadia de um Santo, de Enzo Santângelo. Até chegar a publicação da matéria, seis dias depois, a vez já era do O Voo do Corvo, de Jefrey Archer.
“A leitura sempre foi minha grande paixão, tem livros que leio duas vezes, e a cada leitura, a visão sobre a obra é diferente”, fala.
Leitor compulsivo assumido, Silvino começou a frequentar a Biblioteca Municipal, quando a sede era onde funciona hoje, o Pronto Atendimento, da Rua Salvador Cardoso. Quando perguntado ao “homem do livro”, qual o tipo de leitura que prefere, ele afirma que todos os gêneros o atraem.
“Sobre autor brasileiro eu gosto demais do Jorge Amado, a coleção O tempo e o Vento eu já li toda. Literatura americana, inglesa e francesa também fazem parte das minhas preferências”, conta.
Além dos livros de história, uma obra que nunca falta no carro do taxista, é a bíblia, tendo Silvino, já a lido por completo, por inúmeras vezes.
Leitor há décadas
Um dos empregos do Silvino foi na Escola Polivalente, onde foi o primeiro funcionário e fundador da biblioteca da unidade. Foi no local, que o gosto por fazer aquela ficha, muito utilizada antigamente, começou. “Mas eu sempre fui apaixonado pela leitura, desde a adolescência. Lia gibi, faroeste e revistas de super-herói. Lembro que eu tinha uns 13 anos”, relata.
Mesmo sendo católico, fazendo parte do dízimo, membro do Terço dos Homens, a literatura espírita também é muito lida pelo veneciano. “A dona Orieta Toscano (in memória), me emprestava várias obras. Creio que a gente precisa ler sobre tudo, é preciso conhecer para falar com ciência sobre o assunto”, diz.
Silvino é casado com a conselheira tutelar Cecília Fávero Ferrari, e foi a esposa que indicou para A Notícia, a pauta sobre o marido. “Quem lê, viaja pelo mundo sem sair do lugar. Você acaba participando de aulas de conhecimentos, que depois de adquiridos, não tem volta mais”, finaliza.

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