O mundo católico amanheceu em luto nesta segunda-feira (21) com a notícia da morte do papa Francisco, aos 88 anos. O falecimento foi confirmado pelo Vaticano, que ainda não revelou a causa oficial. O pontífice argentino, nascido Jorge Mario Bergoglio, faleceu às 2h35 pelo horário de Brasília (7h35 no horário local), após enfrentar uma grave pneumonia bilateral que o levou a 38 dias de internação.
Francisco, o 266º papa da Igreja Católica e o primeiro latino-americano a ocupar o trono de Pedro, lutava há meses com problemas respiratórios. Desde fevereiro, ele vinha apresentando dificuldades para discursar, precisando por vezes delegar leituras a auxiliares. Em meados daquele mês, foi internado no hospital Agostino Gemelli, onde foi diagnosticado com infecção polimicrobiana e, posteriormente, com pneumonia nos dois pulmões — uma condição que, segundo boletins do Vaticano, era considerada “complexa”.
Apesar das limitações físicas, Francisco tentou manter sua agenda religiosa, inclusive durante o período de hospitalização. No domingo, 16 de fevereiro, ele chegou a pedir desculpas publicamente por não participar da tradicional oração com os fiéis na Praça de São Pedro.
No comunicado divulgado nesta madrugada, o Vaticano prestou homenagem ao papa com palavras emocionadas: “O Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino.”
O papa Francisco comandou a Igreja Católica por quase 12 anos, desde sua eleição em 13 de março de 2013, após a histórica renúncia de Bento XVI. Seu nome emergiu no segundo dia de conclave, e, segundo relatos posteriores do próprio pontífice, ele inicialmente resistiu à escolha. Sua trajetória foi marcada por posturas progressistas, simplicidade e um olhar atento às causas sociais e aos excluídos.
As cerimônias fúnebres terão início ainda hoje, segundo informou o Vaticano. Às 14h (horário de Brasília), será celebrada uma missa de sufrágio na Basílica de São João de Latrão, conduzida pelo cardeal Baldo Reina. Em seguida, às 15h, ocorrerá o rito de constatação da morte e deposição do corpo na capela privada de Santa Marta, liderado pelo camerlengo Kevin Farrell.
Ao contrário da tradição recente, Francisco não será enterrado na Basílica de São Pedro, mas sim na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma. A última vez que um papa foi sepultado fora do Vaticano foi em 1903, com Leão XIII.
Ainda não há detalhes sobre o processo de sucessão. A Igreja deve convocar um novo conclave nas próximas semanas para eleger o próximo pontífice.
