segunda-feira, novembro 11, 2024
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Morre homem que matou veneciana a facadas na frente dos filhos na França

Juliana de Oliveira Salomão, de 41 anos, é mais uma vítima de feminicídio. Marcelo Salomão, de 44 anos, está morto.

Morreu o suspeito de matar a companheira, a veneciana Juliana de Oliveira Salomão, de 41 anos. A informação foi confirmada pela família dele. Juliana foi morta a facadas na presença dos filhos, de 12 e 17 anos, no início da manhã de quinta-feira (24), no bairro de Malnoue, na cidade de Emerainville, na França. Segundo a imprensa francesa, o principal suspeito do crime era o companheiro da vítima, identificado pela família como Marcelo Salomão, de 44 anos.

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Juliana de Oliveira Salomão, de 41 anos. Crédito: Facebook / Montagem Rede Notícia

O assassino havia sido socorrido em estado grave para um hospital da região, após ser encontrado pela polícia francesa no porão da casa onde cometeu o crime, tentando suicídio. Em nota, a família disse que o homem estava com “depressão”, disse que todos estão sujeitos a doença, e pediu empatia. Destacou que o crime ocorrido é “inaceitável”, e que por anos “Marcelo e a esposa foram os pilares se sua família provendo e cuidando dela”. Leia a nota na íntegra ao fim do texto.

O feminicídio

“Às 5h35, os serviços policiais da delegacia de Torcy [uma cidade] constataram a morte, em sua casa, de uma mulher de nacionalidade brasileira nascida em 1983. A morte foi claramente o resultado de múltiplas facadas”, disse o promotor Jean-Baptiste Bladier em comunicado à imprensa.

O promotor da região informou que foi o próprio filho do casal, um adolescente de 17 anos, quem acionou a polícia pedindo socorro, pois o pai havia atacado a mãe com golpes de arma branca. O adolescente ficou ferido após tentar defender a mãe durante o ataque.

Outro filho do casal estava presente na casa. Este menino, de 14 anos, não ficou ferido, segundo o jornal Le Monde. Conforme reportado pelo jornal, ambos os menores foram hospitalizados. “Dependendo dos recursos familiares disponíveis, o Ministério Público de Meaux emitirá uma ordem de colocação temporária para confiá-los ao bem-estar infantil”, informou o Ministério Público ao Le Monde. A tragédia ocorreu cerca de vinte quilômetros a sudeste de Paris.

O Ministério Público francês afirmou que aguarda os resultados da autópsia, que será realizada nos próximos dias pelo instituto forense de Paris.

O promotor Jean-Baptiste Bladier informou ainda que o suspeito do feminicídio já havia sido preso em junho deste ano por agredir a companheira. “Em 25 de julho de 2024, ele foi preso em flagrante e colocado sob custódia policial por atos de violência sem incapacidade total para o trabalho do cônjuge”, afirmou Bladier.

A imprensa francesa reportou que o suspeito foi encontrado tentando suicídio no porão da casa e foi socorrido em estado grave para um hospital da região.

A Rede Notícia entrou em contato com o Palácio do Itamaraty, em Brasília, e também com a representação da Polícia Federal brasileira na França. Assim que houver retorno, atualizaremos.

Em 2022, em mensagem à família no Brasil após uma perda na familiar, Juliana escreveu nas redes sociais: “A vida termina e as pessoas vão embora, mas as lembranças que elas deixam nos mantêm unidos para sempre”.

A Rede Notícia entrou em contato com o Palácio do Itamaraty, em Brasília, que enviou a seguinte nota:

O Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Paris, acompanha o caso, está em contato com as autoridades locais competentes e permanece à disposição para prestar assistência à família da vítima.
Informa-se que, em caso de falecimento de cidadão brasileiro no exterior, as Embaixadas e Consulados brasileiros podem prestar orientações gerais aos familiares, apoiar seus contatos com o governo local e cuidar da expedição de documentos, como o atestado consular de óbito, tão logo terminem os trâmites obrigatórios realizados pelas autoridades locais. 
O traslado dos restos mortais de brasileiros falecidos no exterior é decisão da família e não pode ser custeado com recursos públicos, à luz do § 1º do artigo 257 do decreto 9.199/2017.
O atendimento consular prestado pelo estado brasileiro é feito a partir de contato do cidadão interessado ou, a depender do caso, de sua família. A atuação consular do Brasil pauta-se pela legislação internacional e nacional. Para saber o que uma repartição consular do Brasil pode ou não fazer, recomenda-se consulta à seguinte seção do Portal Consular do Itamaraty: https://www.gov.br/mre/pt-br/assuntos/portal-consular/assistencia-consular
Em atendimento ao direito à privacidade e em observância ao disposto na Lei de Acesso à Informação e no decreto 7.724/2012, o Ministério das Relações Exteriores não fornece informações sobre casos individuais de assistência a cidadãos brasileiros.

Nota da família do suspeito

“Queridos familiares e amigos,

É com grande dor e tristeza que compartilho com vocês a notícia da tragédia que ocorreu em nossa família. Nosso irmão, que sempre foi uma pessoa lutadora e dedicada, cometeu um ato inimaginável.

Embora isso seja inaceitável, é importante lembrar que ele estava passando por um momento de grande luta contra a depressão, uma doença cruel que pode mudar a perspectiva de qualquer pessoa.

Por muitos anos, o Marcelo juntamente com sua esposa foram os pilares da sua família, provendo e cuidando dela. Ele nunca foi uma pessoa má; ao contrário, sempre foi alguém que nos inspirou com sua força e resiliência.

Neste momento de dor e confusão, pedimos compreensão e empatia. A depressão é uma doença que pode afetar qualquer um, independentemente de sua força ou caráter.

Pedimos sua compreensão e apoio enquanto navegamos por essa situação difícil. Oremos juntos para que haja paz e cura para todos os envolvidos.

Precisamos ter empatia diante da complexidade da situação. Destacamos a história de dedicação e amor do Marcelo para com sua familia, ao mesmo tempo que sabemos da gravidade do ato cometido. É importante abordar o tema com sensibilidade e perdoando. Por fim e após a confirmação de que o Marcelo também veio a óbito os familiares autorizaram a doação dos seus órgãos para aqueles que precisam.”

Sobre o caso

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