O secretário de Saúde de Mantena, em Minas Gerais, Ocimar Rufino Pereira, confirmou para a Rede Notícia, o óbito do homem de 60 anos, natural da cidade mineira, que estava internado com raiva humana no Hospital Dr. Jayme Santos Santos, na Serra, no Espírito Santo. Segundo ele, a morte da vítima foi confirmada neste domingo (30). A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) do Espírito Santo se limitou a dizer que “o paciente teve óbito confirmado na manhã deste domingo (30)”.
A raiva humana é uma doença infecciosa viral aguda, que acomete mamíferos, com letalidade de aproximadamente 100%, ou seja, em quase todos os casos, quem é infectado pela doença morre. Encefalite, reação provocada pela doença é uma inflamação do cérebro, geralmente por causa de uma infecção.
O paciente morava em uma fazenda que faz divisa territorial com Barra de São Francisco, no Espírito Santo. Segundo o secretário de Saúde de Mantena, a vítima pode ter sido infectada por um bovino, que já foi sacrificado e incinerado.
Internado em Barra de São Francisco
A vítima deu entrada no Hospital Dr. Alceu Melgaço Filho, em Barra de São Francisco, no dia 7 de abril. Na ocasião, o agricultor e pecuarista apresentava um quadro de confusão mental e evoluiu para piora clínica que resultou na transferência da vítima para um Centro de Terapia Intensiva (CTI) no mesmo hospital já no dia seguinte – 8 de abril. “Momento em que foi aventada a hipótese diagnóstica de raiva humana”, informou a Secretaria de Saúde de Mantena (MG).
Amostras laboratoriais foram colhidas para a realização de exames e o caso segue em investigação. De acordo com o comunicado, durante a suspeição diagnóstica, familiares da vítima relataram ao médico que dias antes do início dos sintomas, o homem havia manuseado um bezerro apresentando comportamento atípico e salivação excessiva. O homem achou que o animal estava engasgado e introduziu as mãos, braço e antebraço na cavidade oral do animal na tentativa de desengasgá-lo. Dias depois, o bezerro apresentou piora do quadro e foi tomada a decisão de sacrificá-lo e incinerá-lo.
“Tal decisão foi tomada no intuito de evitar possível disseminação de doença a outros animais. Contudo, o homem não aventou a possibilidade de que poderia ser um quadro de raiva animal e deixou de procurar pelos serviços de saúde do município para profilaxia pós-exposição”, informou a Prefeitura de Mantena. Profilaxia é o termo utilizado para denominar as medidas utilizadas na prevenção ou atenuação de doenças.
“Passados alguns dias, o homem começou a apresentar manifestações clínicas neurológicas, e procurou o serviço de urgência do município de Mantena que, ao compreender a gravidade do quadro, o transferiu para o Hospital Dr. Alceu Melgaço Filho, em Barra de São Francisco, no Espírito Santo”, disse a pasta.
“Na madrugada do dia 16 de abril (às 3h30), considerando a gravidade do quadro, fora realizada a transferência para o Hospital Dr. Jayme Santos Neves, na Serra, no Espírito Santo. O caso foi notificado como suspeito para raiva humana pelo município de Mantena e a equipe da Superintendência Regional de Saúde de Governador Valadares (MG) e a equipe de saúde do município de Mantena (MG) seguem o processo de investigação”, informou.