A dona Maria D’Ajuda Conceição Silvares, sem dúvida, tem muitas histórias para contar, afinal de contas, dia 1° de julho, a moradora mais velha em idade, do bairro Bonfim, completou 92 anos, e desfrutando ainda de saúde e muita fé.
A fé foi uma das primeiras palavras citadas por ela, durante a entrevista. Católica e ainda atuante na Igreja Nosso Senhor do Bonfim, Maria D’Ajuda não só vai às missas na comunidade, mas também, assiste os programas religiosos todos os dias na televisão. “Ela faz as novenas, reza o terço, acompanha o rosário do Frei Gilson todos os dias às 4 horas da manhã. Minha mãe só começa a fazer as atividades do dia, depois de rezar”, fala uma das filhas, a Marilda.
Dona D”Ajuda, apesar da idade, ainda prepara o almoço em casa. Morando com a outra filha, a Maria José, mais conhecida como Deca, a moradora do Bonfim gosta de cuidar das coisinhas dela, e do lar. “Minha irmã deixa o almoço pré-pronto, para que ela não faça tudo, senão, ela é teimosa e vai fazendo o que vier pela frente”, conta aos risos, a Marilda.
Apreciadora de um bom beiju, e daquela cremosa papa de milho, dona D’Ajuda, que é uma senhora muito querida e conhecida no bairro, ao completar mais de nove décadas de vida, contou com uma festa, que reuniu familiares e amigos.



A vinda para Nova Venécia
Nascida no dia 1° de julho de 1930, na localidade de Capitão Grande, interior de São Mateus, dona D”Ajuda formou família na Barra do Córrego do Ouro, próximo ao Rio do Norte, até 1970, localidade em que ela e o marido, o seu Domingos Silvares (In Memória), eram proprietários de cerca de três alqueirares de terra e onde tiveram oito filhos, sendo que dois deles falecerem ainda bebês. “Em 1968, meu pai morreu, era muito novo, tinha apenas 41 anos. Após levar um coice de um animal, surgiu um hematoma, e dali em diante, não teve jeito mais. Ele chegou a ser atendido aqui em Nova Venécia, mas antigamente, as coisas eram mais difíceis, descobriram outras doenças e ele não resistiu”, conta a Marilda.
Dois anos depois, a D’Ajuda mudou com seus cinco filhos para o bairro Bonfim, a Marilda, já tinha vindo para cá, morar com uma tia. Foi ali que, com todas as dificuldades, ela continuou criando os filhos, só que dessa vez, sozinha. “A costura é o que sustentou a família, minha mãe costurava muito bem. Nós também sempre ajudávamos, fazíamos um trabalho aqui, outro ali, mesmo ainda pequenos”, descreve Marilda.
Mae de Marilda, Marli, Marinalva (Naná), Marcos, Maria da Penha, Maria José (Deca), e ainda, Maria Auxiliadora e Manoel (ambos falecidos), dona D’Ajuda completou idade nova, mas ainda diz ter muita vitalidade. “O segredo para ter chegado até aqui é, nunca esquecer de Deus , viver bem , ter bondade acima de qualquer coisa, porque Deus é bondoso. É preciso viver em paz para viver muito e bem”, finaliza dona D’Ajuda.