quarta-feira, maio 21, 2025
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Mães venecianas priorizam maternidade e deixam a profissão para cuidar dos filhos

A data tão aguardada chegou, o Dia das Mães! E para celebrar, A Notícia traz a reportagem com as venecianas, Rosineide Oliosi Ramos Novais, Janete Oakes Delabela e Jaqueline dos Santos Souto, que por aquele amor tão único e profundo de mãe, resolveram deixar um pouco as suas profissões de lado, para dedicar seus tempos, ou grande parte dele, aos seus filhos

Para a reportagem do Dia das Mães, A Notícia escolheu para este ano, o tema, “Mães venecianas priorizam maternidade e preferem deixar a profissão para depois”. Fazendo parte da reportagem, a Rosineide Oliosi Ramos Novais, mãe do Davi Oliosi Novais, 13 anos, e Artur Oliosi Navais, 8. Casada com o Marcos Novais Dulino Oliosi. Ela seguia a profissão de assistente administrativo, até notar que, pincipalmente, seu filho mais velho, que se enquadra no Transtorno do Espectro Autista (TEA), precisava de maior atenção, e, foi aí que ela largou tudo, e começou a se dedicar seu tempo à maternidade. Da mesma forma a Janete Oakes Delabela, que é mãe da Beatriz Oakes Delabela, 10, que é Síndrome de Down, e da Bárbara Oakes Delabela, 9. Já a Jaqueline dos Santos Souto, mãe da medica Bruna Souto Lubiana, 28, e do Leonardo Souto de Oliveira, 17, precisou deixar parte da vida profissional, para se dedicar ao filho, que também tem TEA. Confira!

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“Eu trabalhava fora, seguia minha vida profissional, como assistente administrativo. Fiz um pouco de tudo, área fiscal, mais no que mais trabalhei foi recursos humanos. Chegou a época da pandemia e me vi desamparada com a ausência da escola. Não queríamos que o Davi tivesse regressão da parte pedagógica já adquirida, resolvemos então, entre mim e meu esposo, que seria melhor dar prioridade a isto. Parei de trabalhar justamente no início de fevereiro de 2020, no começo daquele período conturbado da Covid-19. Foi uma escolha pessoal, difícil e que, envolveu vários fatores. Uma delas foi priorizar a educação e o cuidado das crianças e outra, foi o fator financeiro. Como sou mãe de uma criança com deficiência (TEA), o suporte necessário com a educação no contraturno escolar, era alto e muito custoso para minha família e, meu filho precisava muito de atenção direcionada neste sentido também. Então, vimos que, não valia a pena pagar para alguém suprir as necessidades pedagógicas dele. O meu salário seria apenas para cobrir este custo. Além do que, comigo em tempo integral, estímulo outras áreas do desenvolvimento infantil dele. E graças a Deus e aos meus esforços, temos tido resultados muito promissores. Outro detalhe é que os empregadores costumam tratar os funcionários que precisam se ausentar em função dos filhos (quase sempre as mães), em função de tratamentos de saúde, com certo desconforto. Isso me incomodava muito, pois mesmo que me esforçasse e fosse uma colaboradora dedicada, a cada dia que precisa levar meu menino a uma terapia, era um olhar atravessado, uma palavra de desacordo, enfim, é complicado conciliar o trabalho quando se tem um filho com alguma necessidade especial. Preferi deixar a vida profissional de lado, por enquanto. Não tenho arrependimento nenhum, meu propósito tem dado bons resultados, e acredito que nada poderia substituir toda esta dedicação para a formação deles como o ser humano, que tenho me empenhado para que sejam. No entanto, como mulher e indivíduo, sinto falta de ser mais independente financeiramente, de ter relações que sejam apenas minhas. Sabe, ser a Neide e não apenas a mãe deles. Espero um dia, quando eles estiverem mais independentes, que eu possa voltar a estudar e trabalhar. Enquanto isso, meu tempo é dedicado a eles, e faço tudo com muito orgulho e amor”
Rosineide Oliosi Ramos Novais

» Rosineide Oliosi Ramos Novais, mãe do Davi e do Artur

“Eu trabalhava no comércio, em loja de joias e abandonei minha vida profissional em 2014, quando a Beatriz nasceu, já tínhamos planos para que eu deixasse o trabalho. Então, nasceu a Bia (Beatriz), com down, aí sim, reforçou a nossa escolha, minha e do meu marido, para que eu me dedicasse de forma integral à maternidade, que com certeza, foi uma decisão mais que correta. A maternidade é uma dádiva divina e, para mim, foi muito desejada. Agradeço a Deus de poder cuidar das minhas filhas bem de pertinho, pois logo depois, nasceu a Bárbara. Poder acompanhar as duas bem de pertinho, é muito satisfatório. A Beatriz, que é especial, precisa de mais atenção. Quanto ao lado profissional quando eu me decidi ser mãe já sabia que ia me dedicar um longo tempo. Ser mãe é um amor infinito, chega até a doer, os dias são cansativos, claro, mas, a felicidade delas recompensa tudo”
Janete Oakes Delabela

» Janete Oakes Delabela é mãe da Beatriz e da Bárbara

“Eu sempre trabalhei 50 horas, que é a carga horária comum dos professores fazem em dois turnos de 25 horas por semana. Em 2013, eu comecei a tentar reduzir a carga de trabalho para dar mais atenção ao Léo, apesar de financeiramente ser muito difícil. Inicialmente eu passei a trabalhar 40 horas, deixando a docência da rede privada e exercendo funções administrativas no município. Não deu muito certo, não me adaptei. Eu retornei à rede privada com uma carga menor de 12 horas, totalizando 32 horas na semana. Posteriormente, eu consegui no município uma licença para tratamento de saúde dos dependentes do servidor que, ao longo de dois anos vai reduzindo o salário, no fim desse período, eu só recebia o valor equivalente a 25 horas, ou seja, metade do salário. Entre 2021 e 2023, eu tentei retornar com a carga normal de trabalho, mas não consegui continuar, e resolvi pedir demissão da rede privada, novamente, no fim de 2023, onde eu era professora de Língua Portuguesa há muitos anos. Em 2024, entrei com pedido de redução de carga horária com base numa decisão do STF, e a prefeitura de Nova Venécia regulamentou a situação por meio de decreto. Hoje os servidores com deficiência ou os com dependentes com deficiência, se comprovada a necessidade, têm direito à redução de carga horária sem redução da remuneração. Atualmente, componho a equipe da Secretaria Municipal de Educação e tenho um curso de Língua Portuguesa em que atendo estudantes de ensino fundamental que, querem potencializar o estudo da língua; foi uma forma de não me afastar totalmente da minha carreira e ainda obter renda sem perder Léo de vista. Eu sigo recebendo metade do que minha carreira inicial me permite, sem contar com as possibilidades de ascensão. Não posso aceitar propostas melhores, porque ele é totalmente dependente de mim. Nunca me arrependi dessa decisão. É fácil?! Não! Não é. Às vezes fico mal? Sim! Mas se eu não tivesse agido naquele momento e feito as devidas intervenções as quais demandam uma pessoa com TEA nível III de suporte sem os recursos necessários, principalmente de profissionais capacitados para o caso, eu sei que estaríamos numa situação muito mais difícil hoje. Eu olho pra trás e vejo a evolução dele, e isso que importa pra nós. Digo nós, porque a irmã mais velha participou de toda essa jornada, momentos em que procurei ajudá-la a se preparar para uma vida mais autônoma possível. Hoje ela já concluiu a universidade e tem sua profissão. Posso dizer que sou uma mãe realizada por presenciar a evolução de meus filhos, cada um à sua maneira”
Jaqueline dos Santos Souto

» Jaqueline dos Santos Souto é mãe do Leonardo e da Bruna
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