Um jovem de 20 anos, identificado como Danilo Lipaus Matos, foi morto a tiros na noite de sexta-feira (31), durante uma abordagem de policiais militares, no bairro Aeroporto, em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo. Familiares de Danilo, que preferem não se identificar, afirmam que ele era um jovem sem qualquer pendência com a Justiça ou a polícia e alegam que ele foi assassinado por policiais militares. Eles questionam o paradeiro da suposta arma que a vítima teria em posse, destacando sua ausência como prova de que o jovem foi executado por agentes do Estado. Citam a quantidade de tiros disparados contra o jovem, a maioria na cabeça. Os familiares pedem uma investigação independente e a devida punição dos responsáveis pelo crime.

Segundo a versão da Polícia Militar, a corporação “recebeu um alerta do Cerco Eletrônico” de que uma caminhonete supostamente roubada estava se deslocando na rodovia Gether Lopes, sentido Colatina. “Segundo foi informado via rádio, o veículo em questão poderia estar envolvido em diversos roubos na região de Águia Branca e ter suspeitos armados em seu interior. Foi feito acompanhamento pelas equipes da Força Tática, mas em determinado momento, a caminhonete se evadiu e foi localizada abandonada no bairro São Braz. Segundo moradores, os suspeitos podem ter fugido por uma área de mata que tem nas proximidades. O veículo foi removido”, relatou a PM.

De acordo com a versão da corporação, “durante a ocorrência, foi informado via rádio que uma outra caminhonete havia furado um bloqueio policial próximo ao local. Pouco depois, uma guarnição relatou que o mesmo veículo furou um segundo bloqueio e que o passageiro portava um objeto semelhante a uma arma de fogo”.

“Ao tentar interceptar o veículo, a equipe montou um bloqueio com sinais sonoros e luminosos, mas o condutor jogou o carro em direção às portas da viatura no momento em que os militares desembarcavam. Para impedir a tentativa de atropelamento, os policiais efetuaram disparos”, alega da Polícia Militar.

A PM segue sua versão dizendo que “a guarnição continuou em acompanhamento ao veículo que seguia sentido Nossa Senhora Aparecida, mas em determinado momento, perdeu o carro com os dois ocupantes de vista. Uma outra equipe, que estava em apoio, seguiu para a área e avistou o referido veículo seguindo no sentido contrário”.
Conforme a versão da PM, “os militares deram ordem de parada, mas o motorista iniciou uma manobra de ré e fez um retorno brusco. A guarnição então viu, no banco do carona, o indivíduo com um objeto semelhante a uma arma de fogo no colo. A equipe iniciou o acompanhamento, mas o veículo sumiu e não foi localizado pela guarnição”.

De acordo com a corporação, “outra equipe da PM realizou um cerco tático no bairro Aeroporto, em Colatina, e ao avistarem o veículo em alta velocidade, deu ordem de parada utilizando sinais sonoros e luminosos. O condutor ignorou as determinações e avançou com o carro contra os policiais. Diante da ameaça iminente, os militares efetuaram disparos contra o veículo. Durante a abordagem, foi constatado que o motorista havia sido atingido. O Samu foi acionado e constatou o óbito no local. A perícia foi acionada. Os militares fizeram buscas pelo segundo suspeito, mas ele não foi localizado”.
Quantidade de tiros
Segundo o Boletim de Ocorrência que aborda a versão dos militares, ao todo foram efetuados 15 disparos pelo sargento Pessimilio, mais 15 disparos pelo soldado Ferrari, mais 12 disparos feitos pelo cabo Oliveira e 2 disparos soldado Ramon.