Alvorada, missas e rezas marcam a comemoração da igreja, que contou com um baiano para iniciar sua história, na década de 1930
A Igreja Nosso Senhor do Bonfim está completando 90 anos de devoção e para comemorar, a comunidade preparou festejos, que tiveram início no último dia 03, indo até neste domingo, dia 06.
Com missas e até momentos destinados a narração da história da igreja, a comemoração conta com alvorada pelas ruas do bairro, reza do terço e procissão.
Em comemoração ao Jubileu de 90 anos, durante uma missa esta semana, aconteceu homenagens a várias pessoas que contribuíram para a formação da comunidade.
Programação
Sábado (05/08)
19h – Missa com padre Enizael
Domingo (06/08)
06h – Alvorada pelas ruas do bairro
12h – Terço Mariano
15h – Terço da Misericórdia
18h – Procissão saindo da EMEF Maria Rodrigues Leite, com chegada na igreja. Após, missa com padre Welligton

A capela de Nosso Senhor do Bonfim
Tudo começou assim: o senhor Guilherme Pereira Lima, que era natural de Salvador, Estado da Bahia, chegou por aqui, quando a localidade ainda era denominada de “Barracão”. Um dos ofícios deste baiano era de exterminar formigas. Sendo o homem muito solicitado, seu Guilherme, em uma dessas atividades, se perdeu na mata e não conseguiu encontrar o caminho de volta para casa e então. Foi aí que ele resolveu invocar pela intercessão de seu Santo de devoção, “Nosso Senhor do Bonfim”, e prometeu que, caso encontrasse o caminho de volta, iria trazer uma imagem da Bahia e construir uma capela aqui. E assim se cumpriu. Em 1930, no alto de um morro, dentro de suas terras, construiu uma pequena capela de estuque, onde os moradores, que antes rezavam o terço em suas casas, passaram a reunir-se ali para suas orações. Esse local é onde hoje funciona a EMEF Prof. “Maria Rodrigues Leite”. De acordo com histórico da igreja, quem organizava a programação religiosa era dona Dora, esposa do fundador da então capelinha, o seu Guilherme.
Assim, Guilherme tinha o compromisso de uma vez por ano trazer um padre de São Mateus, para rezar a Santa Missa. O trajeto era todo feito a cavalo, único meio de transporte daquela época.
O trajeto até a capela, para que fiéis chegassem até o pequeno templo, não era fácil. Muitos moradores residiam distantes do local e era preciso atravessar roçados e matas com animais ferozes. Para iluminar o caminho, usavam tochas feitas com galhos de árvores. Outras pessoas, não moradoras da região, como os tropeiros, vendedores de alimentos e objetos, também frequentavam a capela quando por aqui estavam de passagem.
Em 1932, com o aumento de frequentadores da pequena capela, o senhor Guilherme sentiu a necessidade de aumentá-la. Então, para receber mais ou menos 100 pessoas, construiu outra capela e, dessa vez, feita de tijolo. A partir de então, outras atividades, além da reza do terço eram realizadas como celebrações, quermesses, catecismo, missões etc.
Em 1938, com a chegada do Padre Lauro Zacarias de Oliveira nessa região, a capela de Nosso Senhor do Bonfim passou a ter uma maior assistência religiosa. Foi então que, novamente, com o aumento de frequentadores, sofreu outra ampliação, dessa vez, com estilo das igrejas da Bahia, com torre para sino, coro para cantores, altar para imagens, bancos etc. As celebrações e missas passaram a ser mais frequentes. Nessa época, aproximadamente 50 famílias moravam nas imediações da capela. As condições locais eram de muita pobreza. Para atender as necessidades diárias, as pessoas utilizavam água retirada do Rio Cricaré.
Com o passar dos anos, tendo em vista a construção da Igreja de São Marcos, e a necessidade da construção de uma Escola na região, sentiu-se a necessidade de transferir a capela de Nosso Senhor do Bonfim para outro local. Sendo assim, no ano de 1967, foi acertada essa transferência para um local mais centralizado, e o local adequado pertencia ao senhor Ancelmo Mazarim, que era dono de grande parte daquela localidade. Dentro de suas terras, havia uma serraria em que ele beneficiava madeira e também trabalhava com beneficiamento de café, mas ele cedeu parte do barracão para que os fiéis pudessem se reunir provisoriamente. Foi então que, o Senhor Ancelmo Mazarim resolveu doar parte de seu terreno e certa quantidade de madeira, para a construção da Igreja da Pedreira, que foi erguida onde hoje funciona o Centro Comunitário. A primeira missa foi celebrada no dia 12 de fevereiro de 1967, pelo Padre Tomiro Taddei.
Em 1968, Padre Carlos fez a planta de ampliação da Igreja, dessa vez incluindo a construção de salas para a catequese, e foi contratada a primeira professora, Adilia Salvador.
Com uma estrutura maior e com o apoio dos padres Combonianos, foram implantadas as Pastorais que organizavam encontros de casais, jovens, adolescentes e catequese.
Em 1981 foram adquiridos dois lotes localizados em frente à antiga estrutura da Igreja (Centro Comunitário atual) e iniciado as obras, para construção da atual estrutura da igreja.
Assim, estando a nova Igreja pronta, toda a antiga estrutura passou a ser para uso exclusivo de atividades tais como: catequese, crisma, encontros, palestras, reuniões e outros. Essa estrutura recebeu o nome de “Centro Comunitário Padre Carlos Furbetta”, em homenagem à sua grande dedicação ao crescimento da comunidade.




Atualmente comunidade tem também grupos culturais
A Igreja Nosso Senhor do Bonfim tem na coordenação Wenderson Vilela. Na coordenação de Liturgia, uma das moradoras mais antigas do bairro, dona Ignez Boldrini.
Hoje a Igreja conta com cerca de 325 dizimistas. A comunidade tem também com grupos culturais, sendo eles, Folia de Reis, Grupo Afro e Grupo Sertanejo que diversificam em missas típicas.
No mês de maio a comunidade organiza a Coroação de Maria. Em setembro é comemorada a Festa do Padroeiro, que se inicia com a tradicional Lavagem da Escadaria da Igreja.
Atualmente, esse anexo, que é o Centro Comunitário, contém: um salão destinado a reuniões e encontros, nove salas para catequese, dois sanitários, uma cozinha equipada, um pátio coberto e um local para realizações de festas.
A atual estrutura do tempo comporta aproximadamente 450 pessoas, contando com Capela do Santíssimo à sua direita, e a esquerda, uma sala para uso diverso. A área externa é composta de um lote cada lado em espaço aberto onde em um deles foi erguido um cruzeiro.


Curiosidades:
- Em 1963, o então prefeito José Scardini havia sancionado a Lei nº 340/1963, regularizando a Escola Nossa Senhora de Fátima que, desde 1955 era mantida pela Igreja Católica, através dos padres e irmãs Combonianas, e funcionava onde hoje é o prédio do Laboratório São Vicente. No início da década de 1970, com a expansão populacional da Pedreira, padre Carlos Furbetta levou para o bairro uma unidade da referida Escola e usava as dependências da pequena Igreja para suas atividades.
- Em 16 de abril de 1979, o então prefeito Municipal, Antônio Moreira, sancionou a Lei nº 1.037/79 que autorizou a Prefeitura a comprar toda a área da “Pedreira”, hoje bairro Bonfim.
- Em 04 de junho de 1985, através de um Projeto de Lei de autoria do então vereador, Otamir Carloni, o prefeito da época, Adelson Antônio Salvador, sancionou a Lei nº 1.348/85, que denominou de bairro Bonfim, o até então conhecido como bairro Pedreira. E em maio de 1987, foi inaugurada a nova sede do Jardim de Infância, Lar de Fátima, construída próximo à Igreja.
- A primeira igreja no perímetro urbano em Nova Venécia a ser construída foi a igreja do Nosso Senhor do Bonfim, em 1932, que teve a capelinha erguida de estuque, e chão de terra.
- Pessoas e famílias que se emprenharam para evolução do bairro Dornelio Fontes, Wandyr Boldrini e família, Maria Pureza, Dona Ivanir, Vadico Soares, Arlindo Peruchi, Antônio Peruchi, Familia Caliman, Rita Contarato, José Benedito, Ernesto dos Santos e família, Sr. Sebastião, Penha Mazarim, Ivone Almeida, família Pacanhã, Dona Tiofina, Maria D’ajuda Silvares e família, Romildo Pestana e família, Dona Leordina, Oraldo Tiburtino e familia, Ermandina Barcelos e família, Virginia Livio e família, Dona Belarmina e família, João Rocha e família, Dona Jauda, Olímpio Mariano e família e outros.