Um policial militar é suspeito de atirar contra contra jovens que participavam de um evento do TendaLab, na noite de sexta-feira (26), no campus da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Goiabeiras, na cidade de Vitória. Um homem, de 41 anos, foi baleado, e recebeu alta médica na manhã de sábado (27).
“Foi uma confusão sem sentido, acho que eles se esbarraram e a pessoa (PM) foi para cima dele querendo intimidá-lo, e foi uma confusão generalizada. Ouvimos um disparo e, quando fomos ver, nosso amigo estava baleado no abdômen e na perna”, contou uma testemunha à TV Gazeta, afiliada da TV Globo no ES.
Segundo o Boletim de Ocorrência formulado pela Polícia Militar, e sobre o qual a Rede Notícia teve acesso, o PM alegou ter sido supostamente agredido e ameaçado pelo grupo, que na versão dele, ao perceber que estava armado, ‘tentou tirar a arma’ de sua cintura. O militar disse ainda ter sido furtado. “É uma versão totalmente deturpada. Além de nós, outras pessoas também presenciaram”, contou a testemunha em contraponto à versão do PM.
A vítima baleada foi socorrida para o Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE), o antigo São Lucas, em Vitória. Testemunhas contaram que devido a versão dada pelo PM, a vítima chegou a ser escoltada por policiais militares no hospital, escolta que só foi dispensada após a verificação de que, de fato, não havia ocorrido roubo.
Em um fato curioso, o Boletim de Ocorrência não traz o nome do policial militar envolvido na confusão, apenas as iniciais.
Procurada pela Rede Notícia, a Polícia Militar informou que, “preventivamente, tomou todas as ações relativas à apuração dos fatos, tendo recolhido a arma do militar envolvido e aguarda o recebimento dos relatórios de serviço e ocorrência policial, pela PCES (Polícia Civil do Espírito Santo). A partir dessas informações, outras ações, criminais ou administrativas serão tomadas pela Corporação”.
A Polícia Civil, por sua vez, informou que a ocorrência foi entregue na Delegacia Regional de Vitória. Não houve autuação de nenhuma das partes envolvidas já que a autoridade policial não identificou elementos suficientes para realizar a prisão em flagrante naquele momento. O caso seguirá sob investigação.
Apenas as iniciais de nome de PM em BU
Nós questionamos a Polícia Militar o porquê do nome do policial envolvido no fato não ter sido colocado no Boletim de Ocorrência Unificado (BU) por completo, somente as iniciais. A corporação não quis se manifestar sobre o questionamento.
Organização da festa lamenta
Em nota, o TendaLab lamentou o ocorrido e se solidarizou com a vítima. Disse que a vítima baleada “foi prontamente atendida pela equipe de brigadistas e levada par ao hospital pela ambulância do evento”. A organização da festa disse ainda que “repudia veementemente todo tipo de violência e se coloca a disposição da vítima”.
