Um funcionário do hospital de Montanha foi preso nesta segunda-feira (25) durante uma operação da Polícia Militar, em cumprimento a uma ordem judicial que o investigava por supostos crimes de tentativa de homicídio e estupro. A prisão ocorreu dentro do hospital, onde o suspeito, identificado como Ítalo Santana Porto, 32 anos, acompanhava um familiar internado.
Em nota oficial, o hospital repudiou a abordagem da Polícia Militar, classificando como “espetaculosa” e sugerindo que teria “fins políticos”. O hospital disse que o servidor já estava afastado das funções respondendo a uma sindicância interna que até momento, segundo a unidade, não reunuiu elementos de prova para sustentar a acusação imputada. Disse ainda que ‘o desejo de acusar, não pode ser maior que o direito de defesa’.
O Hospital disse que “repudia veementemente a ação policial em suas dependências, considerando que a ordem de prisão poderia ter sido cumprida em outro horário e local, sem comprometer o ambiente hospitalar”.
De acordo com informações obtidas pela Rede Notícia, o crime contra a dignidade sexual sob investigação teria ocorrido dentro das dependências do próprio hospital.
A defesa do suspeito disse que o homem não deve à Justiça e que vai pedir sua liberdade, uma vez que os fatos imputados “não se sustentam” e “sua liberdade não compromete o curso do processo”.
Nota do hospital (na íntegra)
O diretor jurídico Dr. Arthur Sampaio (OAB 32.976) da Sociedade Beneficente e Cultural de Montanha, conhecida como Hospital Maternidade Nossa Senhora Aparecida de Montanha, informa, por meio deste, que recebeu com surpresa a ação da Polícia Militar nesta segunda-feira (25), que culminou na prisão de um de seus colaboradores. A detenção foi realizada de forma ostensiva dentro do hospital, onde o investigado acompanhava um familiar internado.
Esclarecemos que já tínhamos ciência das imputações feitas ao colaborador e, em apuração interna, não foram identificados, até o momento, indícios de autoria ou materialidade de qualquer irregularidade.
No dia 18 de setembro, a Direção do hospital, prezando pela imparcialidade na investigação e para preservar o andamento das apurações administrativas, decidiu afastar o servidor Ítalo Santana Porto até a conclusão da sindicância aberta.
Ressaltamos que vivemos em um Estado Democrático de Direito, onde o direito à ampla defesa e ao contraditório deve nortear qualquer ato investigativo. O desejo de acusar não pode se sobrepor ao direito de defesa.
Diante disso, o Hospital repudia veementemente a ação policial em suas dependências, considerando que a ordem de prisão poderia ter sido cumprida em outro horário e local, sem comprometer o ambiente hospitalar. Acreditamos que a operação, evidentemente política e direcionada, fugiu de seu objetivo ao apelar ao espetáculo.