O fim da obrigatoriedade das aulas teóricas e práticas para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) pode representar um grave retrocesso nas políticas de segurança viária e de saúde pública. É o que revela o estudo elaborado a pedido do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores do Espírito Santo (Sindauto-ES).
Segundo o estudo, apresentado nesta semana, a desobrigação das aulas nos Centros de Formação de Condutores (CFCs) teria como consequência o aumento significativo no número de acidentes, mortes e internações hospitalares no Estado. Apenas em 2024, o Espírito Santo registrou 985 mortes no trânsito, o maior número da série histórica recente, e 7,4 mil internações por acidentes de transporte, gerando custo direto de R$ 107 milhões ao Sistema Único de Saúde (SUS).
As projeções indicam que, sem a formação obrigatória, o número de sinistros pode crescer entre 8% e 15%, elevando as mortes para mais de 1.100 por ano e os gastos hospitalares para até R$ 123 milhões anuais. “A formação de condutores é uma política pública de prevenção. Retirar essa etapa é um retrocesso civilizatório, que traria impacto direto à vida das pessoas e às finanças do Estado”, destaca Gabriel Couzi, presidente do Sindauto.
O levantamento mostra que 60% das vítimas de trânsito no Espírito Santo são motociclistas jovens, grupo mais exposto à imprudência e à falta de preparo técnico. O Estado tem uma das maiores taxas de motorização do país, com uma motocicleta para cada quatro habitantes, cenário que reforça a importância de manter e aprimorar a formação dos novos condutores.
“Mais de 90% dos acidentes têm causa humana. Por isso, investir em educação para o trânsito é investir na vida e na sustentabilidade fiscal”, reforça Gabriel Couzi, presidente do Sindauto.
Os custos totais dos acidentes de trânsito no Espírito Santo chegam a R$ 1,2 bilhão por ano, considerando gastos médicos, previdenciários e perdas produtivas. O fim da obrigatoriedade das aulas poderia gerar até 150 novas mortes e mais de mil internações adicionais a cada ano, com impacto financeiro estimado em R$ 16 milhões anuais ao SUS.
O levantamento destaca que o custo médio de formação de um condutor é de R$ 680, valor considerado irrisório diante do custo social de R$ 791 mil por morte no trânsito, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). “Cada real investido em educação no trânsito retorna em economia de dezenas de reais em despesas hospitalares e indenizações”, fala o presidente do Sindauto.
Os especialistas alertam que a desregulamentação poderá ampliar o número de condutores inexperientes nas vias públicas, elevando o risco de colisões, atropelamentos e mortes.
Gabriel Couzi destaca que o estudo abrangeu informações coletadas do Conselho Regional de Psicologia de Santa Catarina (CRP-12), que considera a proposta tecnicamente equivocada e eticamente preocupante, por eliminar o papel do psicológico e pedagógico dos futuros motoristas que requerem condições cognitivas e emocionais.
“Habilitar-se é mais do que aprender a dirigir, é compreender riscos, responsabilidades e limites pessoais”, lembra Gabriel, do Sindauto.
O estudo conclui que a extinção das aulas obrigatórias não resultaria em desburocratização, mas em desproteção social. O estudo defende o aprimoramento do modelo atual, com uso de tecnologias educacionais, metodologias modernas e integração entre políticas públicas de mobilidade e cidadania.
“A prevenção educacional custa muito menos do que tratar as consequências da imprudência. Manter a formação obrigatória é preservar vidas, reduzir custos públicos e fortalecer a cultura de responsabilidade no trânsito”, finaliza Couzi, presidente do Sindauto.
Principais números do estudo:
– 985 mortes no trânsito capixaba em 2024 — maior número desde 2017
– 7,4 mil internações hospitalares e R$ 107 milhões em custos ao SUS
– 60% das vítimas são motociclistas jovens
– Extinção das aulas pode gerar até 150 novas mortes e 1.000 internações/ano
– Impacto financeiro adicional: R$ 16 milhões ao SUS
– Custo médio de formação: R$ 680 por condutor
“O que estão fazendo com as autoescolas é uma injustiça com o povo e com o trânsito do Brasil.
Não é por liberdade. Não é por economia.
É por interesse político e por votos.
Enquanto isso, quem paga a conta são os trabalhadores, as famílias e a segurança de todos nós.
• Autoescolas fechando em todo o país.
• Pais e mães sendo demitidos, sem ter pra onde correr.
• Instrutores inseguros, vendo anos de dedicação virarem incerteza.
• Empreendedores que acreditaram no trânsito seguro sendo traídos por decisões que desvalorizam o ensino responsável.
• População enganada, achando que vai economizar, mas recebendo menos preparo e mais risco nas ruas.
• Desigualdade crescendo: quem pode paga por aulas de qualidade, quem não pode se arrisca sozinho no trânsito.
• Isso não é avanço. É retrocesso.
• Não é liberdade. É descaso.
As autoescolas não são o problema, são parte da solução.
Foram elas que transformaram vidas, salvaram famílias e ensinaram milhões de brasileiros a dirigir com respeito e consciência.
• Destruir esse sistema é jogar fora anos de luta, de profissionalismo e de amor pelo que se faz.
Quando um governo desmonta o que foi construído com tanto esforço, não é só o setor que perde é o país inteiro que sofre.
O Ministro promete o Desconto de 80% na CNH.
A CNH B no ES custa R$ 2.558,39 com tudo incluído. Mesmo assim, só taxas e exames custam R$ 778,39.
Ou seja, o desconto prometido é impossível sem cortar qualidade.
Educação no trânsito não pode virar liquidação.
Os CFCs formam com responsabilidade e isso salva vidas.
Os Centros de Formação de Condutores e instrutores são verdadeiros pilares da segurança no trânsito brasileiro.
Enquanto muitos enxergam apenas o ato de ensinar a dirigir, quem vive essa missão sabe: formar um condutor é formar um cidadão consciente, responsável e preparado para cuidar da própria vida e da dos outros.
Cada aula, cada correção, cada palavra de incentivo no volante carrega anos de experiência e compromisso com a vida. O instrutor é o primeiro educador de trânsito que o aluno encontra, aquele que transforma o medo em confiança, o erro em aprendizado e o volante em um símbolo de responsabilidade.
Os CFCs não são apenas escolas: são centros de cidadania, empatia e transformação social.
Sem eles, o trânsito perde preparo, a sociedade perde segurança e o país perde vidas.
Por isso, exaltar os CFCs e os instrutores é reconhecer que educação no trânsito não é custo, é investimento em vida, respeito e futuro. Orgulho de quem ensina com o coração. Orgulho de ser CFC!
Se implementada, trará consequências graves para a segurança viária, a economia e a sociedade brasileira.
Hoje, o Brasil já enfrenta um cenário alarmante:
• Foram 34.886 mortes no trânsito em 2023, segundo o Ministério da Saúde;
• Mais de 230 mil pessoas ficaram feridas apenas em acidentes com indenização do DPVAT;
• Os custos anuais ultrapassam R$ 50 bilhões para o SUS e a Previdência Social, entre atendimentos, internações, reabilitação e benefícios por incapacidade;
• O setor de formação de condutores emprega diretamente mais de 300 mil trabalhadores, em cerca de 15 mil empresas espalhadas por todo o país;
• Milhares de municípios dependem das atividades dos CFCs para gerar ISS e movimentar a economia local.”
Oszilene de Freitas Gazoni Ferreira, Diretora Geral do CFC Aparecida, de Nova Venécia.





