terça-feira, março 18, 2025
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Ex-atletas do Veneciano comemoram conquista de 1976

Liderados pelo ex-atleta, Ismael Junior Curty, vários jogadores do Veneciano, que fizeram parte da conquista do título do Campeonato do Norte de 1976 (para muitos o mais importante da história do futebol de Nova Venécia), estarão reunidos neste final de semana para comemorar a façanha.

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Segundo Ismael Junior Curty, a ideia era a de realizar o evento no ano passado por ocasião dos 45 anos da conquista, mas que devido à pandemia, o objetivo foi adiado e será realizado entre os dias 22 e 24 deste mês na Pousada Diamantina, localizada na Praia do Morro, em Guarapari.


Uma história gloriosa de títulos e paixão

O Sport Club Veneciano foi fundado em 13 de agosto de 1952 nas cores azul e branco, e, durante muitos anos de existência, surgiu apenas como um time amador, mas sempre conseguindo destaque nas competições realizadas na Região.

A primeira partida disputada pelo clube de Nova Venécia foi em 1952 contra o São Gabriel. Estreia vitoriosa, pois os jogadores do novo time ganharam por 4 a 2 e começaram a arregimentar os primeiros torcedores. O primeiro presidente do clube foi Darcílio Duarte dos Santos.


Campeão da Cidade em 1956

O primeiro título do Veneciano viria já em 1956 ao ser campeão da cidade de Nova Venécia, competindo contra outras cinco equipes: Leão de São Marcos, o Cruzeiro e o América, de Santa Rosa, e o Ipiranga (da localidade de Refrigério), ambos no interior do município.

A final da competição aconteceu apenas em janeiro de 1957 e o Veneciano acabou conquistando o título ao golear seu tradicional adversário, o Leão de São Marcos, por 4 a 0 no primeiro confronto. Na segunda partida de uma série em melhor de três pontos, houve empate e 4 a 4 e a situação ficou então definitivamente decidida ao seu favor.

» O time campeão de 1956 e a madrinha do Clube, Dona Angélica Papazanaki

Campeão do Norte em 1976

Exatamente 20 anos depois da conquista de Campeão da Cidade, veio o título de Campeão do Norte de 1976, conquistado após uma melhor de quatro pontos disputada contra o São Gabriel, que havia sido vice-campeão em 1975 em decisão contra o São Mateus.

Na primeira partida da decisão, disputada em Nova Venécia, com o Zenor Pedrosa Rocha completamente lotado, o Veneciano venceu por 1 a 0 com gol de Carlinhos Chiesa. No segundo confronto, em São Gabriel, empate em 0 a 0 e na partida decisiva, disputada no dia 10 de outubro de 1976, no estádio Justiniano de Melo e Silva, em Colatina, diante de grande público, com arrecadação excelente de Cr$ 20.175,00, novo empate de 0 a 0 e o título do Veneciano foi confirmado.

Após a partida, o grande número de torcedores do time de Nova Venécia que se deslocou até Colatina, fez verdadeiro carnaval pelas ruas da cidade ao chegarem ao município veneciano.

Para coroar com chave de ouro importante conquista, no dia 31 de outubro no jogo da entrega de faixas, o Veneciano derrotou a então poderosa, Desportiva por 1 a 0 com gol de Almir aos 06 minutos do segundo tempo. Almir, inclusive, foi o artilheiro do campeonato do norte com 23 gols.

» O capitão, Dimas, ao lado de Walter De Prá, com o troféu conquistado pelo Veneciano
» No dia 10 de outubro de 1976 o Veneciano sagrava-se Campeão do Norte em Colatina

Em 1977, a profissionalização

Em 1977, o Veneciano se profissionalizou e participou pela primeira vez do Campeonato Capixaba da 1ª Divisão e fez uma campanha muito boa surpreendendo a toda imprensa estadual. A primeira partida como time profissional foi disputada diante da então poderosa Desportiva (0 a 0), no dia 1º de maio de 1977 no estádio Zenor Pedrosa Rocha totalmente lotado.

Na 1ª fase do Campeonato ficou em 7º lugar entre 14 equipes participantes da competição, com a classificação à fase seguinte sendo conquistada na última rodada após empatar em 0 a 0 com o Vitória, líder da 1ª fase. A partida realizada no Estádio Zenor Pedrosa contou com um público pagante de 1.176 torcedores. O time conquistou 4 vitórias na primeira fase do estadual e, sem dúvida, a mais marcante aconteceu em 22 de maio no Zenor Pedrosa Rocha diante do Rio Branco por 4 a 3, numa partida das mais emocionantes até hoje disputadas no estádio de Nova Venécia.


Estadual de 1979

Em sua segunda participação na primeira divisão, o Veneciano voltava a assustar seus adversários, o time não temia ninguém, nem mesmo os poderosos Vitória, Rio Branco, Santo Antônio e Desportiva, que monopolizavam o troféu de campeão desde 1948 quando o Cachoeiro havia sido campeão.

O Veneciano impressionou ainda mais a todos ao terminar em 2º lugar no 1º Turno atrás apenas do Vitória, foram 10 jogos 4 vitórias, 05 empates e somente uma derrota, 10 gols marcados 3 sofridos. As vitórias foram 2 a 0 diante do Santo Antônio, 1 a 0 no Industrial de Linhares, 2 a 1 no Vitória e 4 a 0 sobre o Santos de Barra de São Francisco. Um fato marcante aconteceu no empate de 0 a 0 com seu tradicional adversário, o Leão de São Marcos, disputado dia 22 de abril, quando foi batido o recorde de público pagante até àquela data, com o borderô da Federação tendo registrado 3.019 pagantes.

O 2º turno veio e o Veneciano, pela primeira vez, sofreu dois gols numa mesma partida, derrota surpreendente em casa para o América de Linhares, na partida seguinte, o 2 a 0 para a Desportiva no Araripe ligou o alerta, que funcionou pois, em seguida, vieram 3 vitórias, uma delas, por 1 a 0, no grande clássico de Nova Venécia disputada no dia 17 de junho contra o Leão de São Marcos, com gol marcado por Amauri aos 41 minutos do segundo tempo, com excelente arrecadação de Cr$ 94.370,00.

Mas, algo trágico estava por vir, após a derrota por 3 a 0 para o Rio Branco realizada no estádio Engenheiro Araripe no dia 1º de julho de 1979, o Veneciano jogaria nova partida fora de casa, desta vez contra o Santo Antônio em 7de julho, mas algo terrível impediu a partida de acontecer. Um trágico acidente, envolvendo três jogadores e o treinador Getúlio Martins chocou a cidade.

Após o acidente, o Veneciano abandonou o campeonato e nunca mais voltou a disputar competições da 1ª Divisão com o uniforme nas cores e azul e branco.

» No dia 22 de abril de 1979, no confronto com o Leão de São Marcos, foi batido o recorde de público pagante no Zenor Pedrosa Rocha, com 3.019 pessoas pagando ingresso

Trágico acidente no caminho da equipe

07 de julho de 1979, o treinador do Veneciano, Getúlio Martins e os jogadores Ferreira, Michila (irmão do folclórico Fio Maravilha) e o goleiro Josias, seguiam em um Corcel II rumo a Vila Velha, onde o time enfrentaria o Santo Antônio, pelo Campeonato Capixaba.

Antes mesmo de entrar na área da Grande Vitória, pista da BR molhada, o automóvel aponta com velocidade um pouco fora do normal numa curva. Não há mais controle, ele derrapa, pessoas separadas assistem atônicas à cena e a sua rota em zigue-zague, até que ele se choca de frente com uma caminhonete, que seguia em sentido contrário.

Refeitas do susto, as pessoas que passavam no local tentaram socorrer as vítimas. Não se sabia quem eram os ocupantes do carro, mas se sabia de uma coisa: dois deles já não tinham mais vida, mas a obrigação era socorrê-las, mesmo que isso fosse inútil. E foi.

A data ficaria marcada. O destino cortou dois sonhos, dois ideais: ali morriam o zagueiro Ferreira e o atacante Michilia, ambos iriam, algumas horas depois, envergar a camisa do Veneciano contra o Santo Antônio, no estádio Rubens Gomes, em Vila Velha.

A situação ficou ainda pior. Também estavam no carro, o goleiro Josias e o treinador Getúlio Martins, que conduzia o automóvel. Eles foram socorridos no Hospital das Clínicas, na Capital, enquanto que o mundo do esporte estava abatido. Getúlio apresentava sérios problemas e falava-se numa fratura na coluna vertebral. Se sobrevivesse, não teria condições de andar. Não sobreviveu, sendo assim, a terceira vítima do trágico acidente.

O goleiro Josias se recuperou e retornou à sua terra natal.

Era o fim do Veneciano durante longos 14 anos. Somente em maio de 1990, a equipe retornou às atividades.

» No dia 07 de julho de 1979, um trágico acidente mudou a história do Veneciano. Foto publicada em A Gazeta

1990, bicampeão do Norte

Em maio de 1990, o Veneciano (azul e branco), retornou às atividades sob a presidência de José Renato Ferrari, tendo realizado o jogo da volta contra o Industrial, de Linhares, dia 06 de junho daquele ano e, diante de 1.271 pagantes, o azul e branco empatou com a equipe linharense em 0 a 0. Antes de estrear no Campeonato do Norte, a equipe ainda goleou a Associação de São Mateus por 4 a 0 e empatou com o Vitória em 2 a 2. O Bicampeonato do Norte veio de forma invicta. O jogo decisivo foi disputado no dia 26 de agosto de 1990 diante do Praiano, de Conceição da Barra, com empate em 1 a 1 diante de 823 pagantes. Após o título, a equipe ainda realizou alguns amistosos. O último deles foi uma partida festiva contra o Operário com vitória de 2 a 1. O jogo aconteceu dia 08 de dezembro de 1990. Foi a última vez que o azul e branco entrava em campo. Passados quase 31 anos, muitas vezes se cogitou o retorno da equipe, mas o sonho ainda não se concretizou.

Em 2001, em uma pesquisa popular, o nome do Veneciano foi, disparado, o mais votado e foi introduzido como nome de fantasia à empresa Associação Atlética Nova Venécia, mas o uniforme do time, que disputou vários campeonatos profissionais e permaneceu em atividade até dia 29 de maio de 2005, não foram nas cores azul e branco.

» No dia 26 de agosto, o Veneciano sagrava-se Bicampeão do Norte de forma invicta
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