A história de luta da Izabela Bravim Pereira, 29 anos, é emocionante. Depois de mais de 90% do pulmão comprometido pela Covid-19, após ficar intubada e passar quatro dias na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), a comerciante teve alta neste último sábado (06). “Foi um milagre, a cada telefonema que recebíamos da equipe médica, as notícias não eram nada animadoras. Muito sofrimento. Se tivéssemos fé e acreditássemos em Deus, era para rezar, foi o que o médico me falou”, conta a mãe da Izabela, Julcilene Aparecida Bravim, 53.
Estudante de nutrição, Izabela chegou a Boa Esperança recebida por uma carreata, preparada por familiares e amigos, após 13 dias de internação. Na entrada da cidade, lá estavam eles: aqueles que fizeram durante todo período que a comerciante estava hospitalizada, correntes de orações, pedindo a sua cura. “Eu nunca tinha visto uma situação desta. Muita gente envolvida pedindo a melhora da minha filha. Um dia antes de tirarem a intubação, mais de cem pessoas se reuniram na porta da nossa casa pedindo pelo milagre. Recebi o telefonema no outro dia, com a feliz notícia, de que tinha tirado a intubação”, fala a mãe.
Para agradecer a Deus, a família esteve na igreja na manhã desde domingo (07). Ainda sem conseguir se locomover direito, e sentindo cansaço, Izabela não pôde estar no momento. “Fomos agradecer pela Graça concedida, pelo milagre. Ao mesmo tempo, sinto a tristeza da paciente que internou junto com ela, ter chegado em casa no caixão. Ela é de São Domingos, mesma idade que a Izabela, minha cabeça não esquece a dor que a família deve estar passando. Vivemos os mesmo medos nesses dias, e infelizmente, a mãe dela não pode levar a filha viva para casa”, desabafa.
Segundo Julcelene, além da filha ser diabética, Izabela estava debilitada por conta do tratamento que precisou fazer após acidente.

Internação
De acordo com a Julcilene, tudo indica que a Izabela, ela e a outra filha, a Aline, contraíram a Covid-19 a partir do acidente de carro que a família sofreu e a internação pela colisão. Os sintomas começaram após a alta das três. “Com os sintomas do coronavírus avançando, a Izabela e eu ficamos novamente internadas. Ficamos juntas no hospital, eu tive alta e precisei a deixar . Logo após, ela foi encaminhada para UTI. A Izabela chegou a pedir para ser intubada de tanta falta de ar. Não pelo pedido dela, mas pela necessidade, a equipe do hospital me ligou avisando da intubação. Foram claros em dizer que, daqui uma hora eu poderia receber a ligação de que foi tudo bem sucedido, mas que também, havia a possibilidade de não ter dado certo, por uma parada cardíaca. Imagine uma mãe, o que sente nessa hora? Mas graças a Deus, a ligação que recebemos foi de que tudo havia dado certo”, conta a Julcilene.
Após as três terem contraído a doença, outros membros da família que tiveram contato com elas, também pegaram o novo coronavírus, sendo ao total, nove pessoas, sendo seis moradores de Nova Venécia, que também estavam envolvidos no tratamento da Covid-19 delas.