domingo, abril 27, 2025
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Botecos mais antigos da cidade


A Notícia visitou bairros e registrou alguns botequins com maior tempo em funcionamento em Nova Venécia, mostrando por onde a resenha acontece desde tempos atrás. Nada, nem a mudança no perfil da boemia nas redondezas, nem a crise duradoura, afetou de fato a rotina do tradicional ambiente botequeiro

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Tem jeito não, boteco é boteco e nem adianta inventar moda de comida de boteco em locais sofisticados, nunca fica igual. Talvez seja por isso, que esses estabelecimentos apelidados carinhosamente de pé sujo, sobrevivam às crises econômicas e permanecem até por quase meio século funcionando, que o caso do Bar do Sabino.

Entre as relíquias de Nova Venécia também está o Bar Marilândia, aquele ao lado do Posto do Elias. O proprietário, ou melhor, o dono, como ele mesmo prefere, é o seu Zé Drago, que desde que veio para o município, tem o mesmo bar.

A matéria traz botecos em vários pontos da cidade, algumas histórias e a certeza de que, nesse ramo, funcionar de segunda a segunda é uma das especialidades do segmento. O Bar do Buzette, por exemplo, há quem pense que nem feche; fecha sim, a dona Isabel tem suas horas de descanso à noite, mas bem poucas, depois das 5 horas da manhã, ela já se preparar para subir as portas de ferro do bar.


Sem sofisticação para vencer o tempo

Os dias vão passando, meses, anos e décadas, e lá estão eles, fincados nas raízes venecianas, com alguns propósitos: cerveja gelada, o verdadeiro tira-gosto no ramo e cachaça.

O Bar do Sabino é o mais antigo em atividade, por onde A Notícia esteve para fazer a reportagem. Com 49 anos de existência, não é à toa que o local é lembrado quando o assunto é botequim. Aberto na década de 70, era por lá que os boêmios terminavam as noitadas depois que saiam do extinto Itatiaia Clube, tudo sob o comando do seu Antônio Martins Sabino, 86 anos.

Dali, o Bar do Sabino mudou para os Margareth (próximo a Igreja Aparecida), São Cristóvão, também para as imediações do Posto Ferrari, no Ascenção e finalmente, no local onde permanece até hoje, no Rúbia.

Um bar familiar, era a esposa do seu Antônio, a Terezinha Oliveira Sabino (in memória), quem dava uma ajuda para preparar a estufa, que hoje é comandada também por familiares. A Frente do negócio está um dos filhos do proprietário, o Antônio Bento Sabino, 55, mais conhecido como Careca, que assumiu o bar há apenas oito anos, devido a alguns problemas de saúde do pai; mas nada que impeça o seu Sabino estar sempre por perto do balcão, afinal, foi através dele que os seis filhos do casal foram criados.

Com tudo aquilo que boteco tem de bom, o peixe frito, escudinguim no feijão são alguns dos destaques, fora claro, os “causos”, isso não falta. “Teve um cliente que entrou aqui de muletas, bebeu várias doses de cachaça e ao sair, esqueceu a muleta. Foi embora andando normalmente e nunca voltou para buscá-la. Costumamos rir da história e chamar a cachaça de milagrosa, ao invés de derrubar, fez o senhor andar”, brinca Careca.

Para mostrar que o Bar do Sabino tem tradição, o boteco vende cachaças envelhecidas de várias marcas.

Seu Antônio Martins Sabino e o filho Careca no Bar do Sabino, 49 anos de tradição

Décadas no mercado botequeiro

O Bar Marilândia, localizado ao lado do Posto do Elias, tem 43 anos de existência, data que seu Zé Drago, 76, chegou já casado, de Marilândia e comprou o espaço do seu Firmino de Angelo. Na estufa os salgados não faltam, já que o estabelecimento é estratégico, situado na rota de saída e chegada da cidade, Além disso, a cerveja gelada, cachaça e um bolo feito em casa com café, ficam ali no balcão. “Criamos nossos três filhos tirando o sustento daqui, e eu não parei de trabalhar ainda, tenho forças para continuar, quem quiser, pode vir tomar a cerveja ou comer um torresmo”, fala.

Indo para o bairro São Francisco, lá na Cidade Alta, o Bar do Dário tem cerca de 26 anos de atividade. O estabelecimento já funcionou perto da rotatória, onde fica o bar do seu Zé Ribeiro, também onde é a Viação São João, e em seguida, só mudou de esquina. Seu Odaúrio Rodrigues da Fonseca, 80, conhecido com Dário, é quem intitula o bar. Hoje, o aposentado deixou a frente do negócio para um dos filhos, o Sérgio, e continua fazendo uma das coisas que ele mais gosta, que é fabricar o gengibre servido no local, e vendido por encomenda na cidade. “Entrego umas 40 garrafas por semana, meu gengibre já foi até para a Europa”, conta seu Dário. Entre muitos destaques da Casa, está o famoso e diferenciado torresmo, produzido pela esposa do proprietário do bar, a dona Madalena Rodrigues da Fonseca, que também manda muito bem no preparo do fígado com jiló e outras delícias.

Próximo ao seu Dário está o Bar do Zé Ribeiro. Ele com 63 anos e a esposa, a Iracy Ribeiro, 53, são quem comandam o local, que tem uma “senhora” estufa. Pode ir lá que comida de boteco não falta, são 28 anos em atividade, com dobradinha, costelinha de porco, coração e por ai vai. O local é destaque no ramo.

Seguindo o destino, está o Bar do Zé de Freitas. A estufa ali também é de responsabilidade. Pode ir lá quem tem língua, mocotó de boi, fígado, pé de porco e tantos outros. O nome do local é Brocas Bar e funciona há 11 anos.

No Centro tem a lanchonete Morello ou como era muito conhecida, Bar do Guel. São 26 anos de tradição no mesmo local, onde fica hoje a Praça do Imigrante. O bar era comandado pelo casal Detinha e Guel, e após a morte do marido, a dona do boteco conta com o irmão, o José Marcos, para administrar o negócio. De vez em quando tem música ao vivo aos sábados ali, fica ligado!

Indo lá para a rua Colatina, como deixar de falar do Bar do Buzette, que entre mudança de estrutura no mesmo bairro, completou 33 anos de funcionamento. De segunda a segunda, depois das 5 horas da manhã, indo até qualquer horário da noite, o boteco está lá, aberto. Após o falecimento do marido, o Altair José Buzette, dona Isabel é quem administra o local sozinha, pois ali não pode fechar, é um dos locais mais falados da cidade, quando o assunto é bar aberto, cerveja gelada e bom preço.

Em diagonal está Bar do Jadir, com 30 anos de bom tira gosto e aquele bolinho de bacalhau de dar água na boca. “Gosto de manter a essência de boteco, aqui não tem nada chique, é local para sentar, comer e conversar”, diz o proprietário, que conta a esposa, a Cecília, para fabricar tudo que tem na estufa e as porções do bar.

No bairro Filomena, outra relíquia, o Bar Himenis, do seu Arlindo Himenis, 76, que faz questão de tomar conta do negócio sozinho, todos os dias da semana. Funcionando em frente à Praça Américo Salvador, o Bar Himenis teve sua primeira unidade nas proximidades do Supermercado Economia. “Comprei o bar do finado Jerereú e foi assim que criei meus filhos, junto com a minha falecida esposa, a Lacy”, diz seu Arlindo.

Há 35 anos, o Bar Himenis é uma das relíquias do bairro Filomena
Orgulhoso pelo empreendimento, Zé Drago soma 43 anos de dedicação ao seu bar
Com 28 anos no ramo, Zé Ribeiro é só orgulho com a estufa caprichada de seu bar
Pode ir lá no bar do Zé de Freitas que tem língua, mocotó de boi e bastante tira-gosto na estufa
Bar do Jadir é famoso por tantas coisas, entre elas, o bolinho de bacalhau
Detinha Morello e José Marcos no comando do boteco, mais conhecido como Bar do Guel
Seu Dário é o autor do gengibre e a dona Madalena cuida da estufa
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