sábado, janeiro 25, 2025
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Apelidos assumem lugar de nome

Ana Maria, sabe quem é? São tantas por aí! E Banana? Agora ficou mais fácil. Cada um com sua história, os entrevistados abaixo carregam nos codinomes, a marca registrada de cada um

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carimbo-1Um apelido vindo da infância

Luciano Pereira dos Santos, 44 anos, alguém conhece? E cabo Tikeira? Agora sim! Apelido mais que conhecido, que o então menino, ainda criança, ganhou da mãe, quando morava no bairro Bonfim.

Tikeira traz o apelido por conta das travessuras de criança
Tikeira traz o apelido por conta das travessuras de criança

 

“Eu era muito levado e ela começou a me chamar assim, vivia na Pedreira (Bonfim) correndo para tudo que é lado, sem camisa, descalço. Foi uma infância sofrida, mas feliz”, conta.

Policial Militar há 18 anos, eleito a vereador pela primeira vez, Tikeira revela que hoje em dia, somente a esposa, o chama pelo verdadeiro nome.

“Se eu ouvir Luciano na rua, eu nem atendo, acho que não é comigo. Adoro meu apelido,  me remete à infância, uma época em que dormíamos em oito em uma esteira no chão, passamos fome, Mesmo assim, a vida tinha mais saldos positivos, que negativos”, revela.

Para ter uma ideia, na Polícia Militar, Tikeira leva o nome de Cabo Pereira. Mas nem lá, o antigo menino da Pedreira deixa de ser reverenciado pelo apelido. “É Tikeira também, tem jeito não, virou meu nome mesmo”, brinca.

Briga na escola

Edilson Câmara, 44 anos, tem o apelido que virou sua identidade, até mesmo no ladoprofissional. Cachorrão, que é agente comercial da Rede Notícia de Comunicações, carrega o codinome diariamente, desde a hora em que vai tratar assunto de trabalho com seus clientes, até os momentos mais descontraídos entre amigos e familiares.

Cachorrão mordia quem brigasse com ele na escola
Cachorrão mordia quem brigasse com ele na escola

 

“Começou como brincadeira na hora da educação física, no basquete. Diziam que eu quicava a bola entre as pernas, parecendo cachorro urinando. Depois o apelido ficou mais consolidado, quando haviam aquelas brigas de menino da escola, que eu mordia ao invés de revidar”, explica aos risos.

Seriado americano

Kojak, 32 anos,  já não reconhece seu verdadeiro nome mais no dia a dia, já que ninguém o chama assim, nem mesmo na assinatura das alianças de casamento. Lá também está  a marca mais conhecida do professor de capoeira e personal.

Até mesmo na assinatura das alianças de casamento, o nome que consta é Kojak
Até mesmo na assinatura das alianças de casamento, o nome que consta é Kojak

 

“Meu nome mesmo é Josemar Ribeiro, só ouço me chamarem assim, quando vou fazer algum curso, na chamada”, esclarece.

O apelido veio logo que entrou na capoeira, aos 8 anos de idade. O cabelo raspado baixo, levou ao professor do menino na época, a chamá-lo assim.

“Tinha um seriado americano, que o detetive tinha o cabelo parecido com o meu, daí veio a referência. Adoro meu apelido”, relata.

Época que era magrelo

O servidor público é outro veneciano que geralmente, não vai atender, caso o chamar de Lucimar Pianissola. Aos 46 anos, Macarrão diz que o apelido veio da época que estudava o ensino médio, quando tinha 15 anos.

Na época de escola ele era muito magro e veio o apelido para o resto da vida
Na época de escola ele era muito magro e veio o apelido para o resto da vida

 

“O pessoal da classe começou a me chamar de Macarrão, porque eu era muito magro, e pegou. Minha família, amigos e no trabalho, só me abordam assim”, descreve.

Segundo o servidor público, ele mesmo já passou por situações engraçadas ao confundir seu nome, com o apelido

“Já aconteceu de chegar a um ambiente formal e na hora de dizer Lucimar, saiu Macarrão, é bem espontâneo, e claro, que sempre dá tempo de corrigir”, diz.

Bebê

O mais novo entre os 13 irmãos da família Frigério foi apelidado de Bilu, por ser o bebê da casa. E o codinome pegou. Quase ninguém conhece o produtor rural por Gilson, 50, e a marca tem aprovação.

Bilu traz o apelido desde o berço
Bilu traz o apelido desde o berço

 

“Meus irmãos me contam que começaram a me chamar de Bilu, porque eu era o pequeno entre todos eles. Eu gosto, já acostumei”

Matou aula

Kiabinho e Kiabão. Dois irmãos com o mesmo apelido, só que um no aumentativo e outro no diminutivo. E parece que a marca registrada dos dois membros da família Zaché, vai junto com eles para todos os lugares, já que Kiabinho, quando fez faculdade de Educação Física em Viçosa, Minas Gerais, levou o nome até para lá. Para quem não sabe, na cidade mineira tem o Morro do Kiabo, em homenagem ao ilustre morador de Nova Venécia, Kiabinho.

Kiabão foi o primeiro a levar o apelido, e Kiabinho herdou
Kiabão foi o primeiro a levar o apelido, e Kiabinho herdou

Já o apelido dos dois, surgiu quando José Luiz era criança. “Eu não gostava de ir para escola. Um dia a minha professora, dona Ressureição (mãe do Celso Cimadon) me perguntou o motivo de eu ter faltado aula no dia anterior. Eu ficava jogando bolinha de gude ao invés de ir, mas para meus pais, eu estava na escola. Como eu vendia quiabo nas horas vagas, dei esta desculpa a ela, que estava vendendo quiabo. Os colegas começaram a me chamar de Zé Quiabo e eu detestava. Batia nos menores, e nos maiores, eu jogava pedra. Isso foi no antigo Claudina Barbosa. Depois disso o apelido pegou, tiraram o Zé e ficou só Kiabo, indo mais tarde para Kiabão”, fala.

Já Edson Luíz, ou melhor, o Kiabinho herdou o apelido quando o irmão mais velho saiu de Nova Venécia e foi servir o exército no Rio de Janeiro. “É difícil alguém nos chamar pelo nome. Tem uma placa em Viçosa em referência a mim, é o maior orgulho do mundo”, diz Kiabinho.

Uma perna quebrada

Aos dez anos de idade,  Flávio Faria Cunha, 49, quebrou a perna e teve complicações no fêmur. Ficando engessado por cerca de 60 dias, ao tirar o gesso, lá veio a surpresa do apelido.

Falta de equilíbrio é surgimento do apelido
Falta de equilíbrio é surgimento do apelido

“Fiquei meio mole, sem equilíbrio, muito tempo com aquilo na perna, e foi então, que na escola começaram a me chamar de Banana. Foi engraçado, mas criançada sabe como é, não deixa nada passar em branco”, diz.

De acordo com o comerciante, por várias vezes, ao se identificar durante um  telefonema com o próprio nome, não o reconhecem.

“Nessa hora já aviso que é o Banana, e a pessoa do outro lado da linha fala que agora sim, sabe quem está falando”, se diverte.

Novela e escola

A novela era a sensação do momento e nela, havia uma personagem que já tinha um filho de cinco anos, estando grávida de outro. Quando o bebê nasceu, o nome dado:

Banana já chegou a se candidatar para vereadora com o apelido
Banana já chegou a se candidatar para vereadora com o apelido

Ana. Foi então que a Ana Maria da Silva, moradora de Nova Venécia, e ainda com nove anos, herdou o apelido.

“O irmãozinho dela ficava a chamando de Ana banana, e na escola (Dr. Araújo Maia), eu era a única Ana. Começaram a me chamar do mesmo jeito. Eu odiava, por isso pegou”, diz.

A consultora de relacionamento já chegou a se candidatar como vereadora, com o apelido, tendo o slogan “Eleitor bacana, vote na Banana!

“Hoje sou apaixonada pelo meu apelido. Ás vezes me chamam de Ana, e eu demoro a entender que estão falando comigo. Na família, igreja, local de trabalho, qualquer lugar que vou,   é assim, Banana”, conta.

Ele gosta mesmo é do apelido

Ocimar Antônio Campo Dell’Orto, 49, alguém conhece? E Timinha? O técnico em informática diz não se lembrar do motivo do apelido, e nem de quando, mas sabe que isso vem desde criança.

Ocimar Antônio Campo Dell’Orto, 49, alguém conhece
Ocimar Antônio Campo Dell’Orto, 49, alguém conhece

“A única pessoa que me chama pelo nome é a tia Carmem, ninguém mais. Se eu pudesse, trocaria meu nome pelo Timinha, gosto muito e todos me conhecem assim”, relata.

De acordo com Timinha, outro membro da família também tem o mesmo apelido que o seu e de vez em quando, isso dá trabalho.

“Às vezes me causa constrangimento, pois ele apronta lá e pensam que sou eu. Mas deve acontecer vice-versa também”, diz.

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