segunda-feira, novembro 11, 2024
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11 dias antes de ser assassinada, mulher teve medida protetiva negada por juiz em Colatina

Marilene da Cruz Silva Bocate, de 44 anos, chegou a busca ajuda, mas o juiz Marcelo Feres Bressan, da 3ª Vara Criminal de Colatina negou.

Assassinada a tiros na frente de casa quando saía para o trabalho na terça-feira (29), no bairro Olívio Zanotelli, em Colatina, Marilene da Cruz Silva Bocate, de 44 anos, teve um pedido de medida protetiva negado pelo juiz Marcelo Feres Bressan, da 3ª Vara Criminal de Colatina, no dia 18 de outubro. O suspeito do crime do chocou o município do Noroeste do Espírito Santo seria o ex-companheiro dela, identificado pela Polícia Militar como Elio Lorenzoni, que está foragido.

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Segundo a decisão judicial obtida pela reportagem, Marilene procurou a Polícia Civil, e contou que era ex-companheira de Elio. Disse que mantiveram um relacionamento por 10 meses, e que o homem relatava que tinha arma de fogo, mas que a arma nunca tinha sido vista por ela. Contou também que Elio já havia sido preso, mas não soube detalhar por qual crime. Contou que requisitou medida protetiva antes contra Elio, mesmo não tendo histórico de agressão física, mas que se sentia ameaçada.

No relato de Marilene à Polícia Civil, ela contou que por duas semanas vinha ouvindo passos em seu quintal no período da noite, e que imagina ser Elio. No dia 15 de outubro, a vítima disse que ouviu passos no quintal mais uma vez por volta de 22h, e escutou o vizinho conversar com o ex-companheiro dela. Marilene temia que Elio pudesse fazer alguma coisa com ela, e que se sentia perseguida.

“A situação narrada pela requerente não sugere a ocorrência de ameaças ou agressões perpetradas pelo requerido. Tampouco houve contato ou ofensa entre as partes. Ao meu ver, o requerimento se baseia em uma suspeita da ofendida, que acreditava que o requerido estaria entrando no quintal do prédio onde reside, todavia, na única data em que ela pode ouvir a voz dele, o requerido estava conversando com um vizinho, não apresentando qualquer atitude questionável ou tentativa de contata-la. Apenas considerando o que foi narrado, não verifico, neste momento, que a requerente está em situação de risco apta a embasar a restrição da liberdade do requerido. Por óbvio, a alteração do panorama fático ora apresentado possibilitará a renovação do pedido de concessão de medidas protetivas”, disse o juiz Marcelo Feres Bressan, na negativa. No entanto, a “alteração do panorama físico apresentado” custou a vida de Marilene.

O crime

Uma mulher de 44 anos, identificada como Marilene da Cruz Silva Bocate, foi assassinada a tiros na manhã desta terça-feira, dia 29, no meio da rua, a caminho do trabalho, no bairro Olívio Zanotelli, em Colatina. O suspeito do crime, seria o ex-companheiro dela, identificado pela Polícia Militar como Elio Lorenzoni, que está foragido.

A Polícia Militar informou que foi chamada para verificar a informação de que um indivíduo teria realizado disparos de arma de fogo e que quando a equipe chegou ao local visualizou uma mulher caída no chão. A vítima foi socorrida pelo Samu, porém não resistiu aos ferimentos e foi a óbito. Populares informaram que o suspeito de efetuar os disparos estaria em uma motocicleta. Ninguém foi detido pela PM.

A Polícia Civil informou que o caso segue sob investigação da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Colatina. Até o momento, nenhum suspeito foi detido e detalhes da investigação não serão divulgados, no momento.

O corpo foi encaminhado para a Seção Regional de Medicina Legal (SML), da Polícia Científica, em Colatina, para ser necropsiado e, posteriormente, liberado para os familiares.

A Polícia Civil destaca que a população tem um papel importante nas investigações e pode contribuir com informações de forma anônima através do Disque-Denúncia 181, que também possui um site onde é possível anexar imagens e vídeos de ações criminosas, o disquedenuncia181.es.gov.br. O anonimato é garantido e todas as informações fornecidas são investigadas.

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